A questão politica não é um problema novo a ser analisada pela filosofia, essa preocupação tem um histórico semelhante à própria história da civilização humana, no entanto os conceitos passam a ser vistos do pelo prisma da filosofia a partir das indagações de pensadores gregos como Sócrates e Aristóteles entre outros, a proposição politica filosófica que expomos aqui se distancia das indagações de Aristóteles e Sócrates pelo seu caráter racional dado as preocupações que este ideal aborda, bem como o ambiente revolucionário em que se desenvolvem suas premissas, tendo sua base conceitual desenvolvida por intermédio da reflexão comprometida de diversos pensadores que em um momento de inquietação com os conceitos tradicionais e a inconformidade com as injustiças sociais ousaram pensar além, e nos apresentam uma forma diferente de compreender a organização politica para a construção de uma sociedade mais justa, uma politica filosófica cunhada de anarquismo. O anarquismo é uma proposta que ousa quebrar os padrões estabelecidos por ideais convenientes a intelectuais preguiçosos e tendenciosos, e defende a analise politica de forma verdadeira e desinteressada em prover conceitos para a manutenção de interesses na manutenção do poder as classes dominantes, visto que sua principal preocupação é a extinção do poder politico, dando lugar ao direito politico universalizado. A ação anarquista fomenta a igualdade na medida em que compreende ser através da liberdade o caminho mais apropriado para se estabelecer a justiça social e a felicidade humana.
Durante a história da humanidade houve diferentes maneiras de se compreender o homem, tanto no que se refere a sua condição subjetiva como nas suas relações sociais. Porém se faz evidente a condição primeira do homem que é de ser um agente ativo no meio em que vive o homem não é um personagem passivo na história, ele a constrói e a desenha de acordo com os seus valores e com o ambiente em que vive. Influenciando e sendo influenciado pelo meio social em que vive.
Os valores sociais são em grande medida, a soma dos valores dos indivíduos que compõe a sociedade.
Na Grécia antiga, apesar das preocupações em relação ao bem estar e dos direitos e deveres do cidadão, não podemos nos esquecer de que a economia grega era baseada na utilização de escravos como mão de obra, uma sociedade onde a economia era escravocrata. Então o homem grego era o centro das questões antropológicas, mas os escravos não eram considerados homens sim animais. A distinção entre classes e a desigualdade social são características marcantes na história dos estados organizados, a defesa e legitimação das oligarquias são preservadas pela força da espada.
Rousseau fala do grande mentiroso que cerca um pedaço de terra e fala isso é meu, e acha um bando de pessoas ingênuas o suficiente para acreditar. E segue “O homem nasce livre, e por toda a parte encontra-se acorrentado”. Proudhon nos fala da propriedade privada e o roubo, de forma a demonstrar uma analogia entre ambos os princípios. E afirma que a propriedade privada é um roubo e ladrão é quem a possui.
Bakunin nos fala da formação do poder como agente de corrupção do homem, para o pensador o poder corrompe e o poder absoluto corrompe absolutamente.
A forma como a sociedade se organizou e está estruturada é o grande problema social, as sociedades antigas e atuais não formaram sistemas políticos com base nas questões de ordem sociológicas, mas apenas econômicas, as relações sociais são fruto da necessidade econômica e da manutenção do individuo na comunidade. Assim se produziram sistemas políticos deficientes e sem nenhum compromisso com as relações sociais que não ultrapassa a manutenção da economia. A sociedade capitalista surgiu através dessa ótica, claro que a diversas causas e acontecimentos históricos envolvidos, que não compõe a busca pela felicidade do homem.
Pensar a sociedade como ela se apresenta hoje é, de certa forma, lançar um olhar ao passado, e compreendermos o legado que nos foi passado.
Se hoje a sociedade capitalista, ou o capitalismo de estado que é o chamado “marxismo”, é composta de indivíduos que não tem seus valores baseados na igualdade, liberdade, solidariedade, justiça social proporcionando a busca pela felicidade a todos os atores sociais, é fruto de um sistema com bases unicamente economicistas. Onde o que importa é produzir e consumir, muitas vezes não importando o que se consome nem tão pouco o que se produz.
Porém o homem não é o “homem econômico”, as necessidades econômicas não são um fim em si, são uma condição constante para todos. O homem é “o homem social” e a estrutura organizacional das sociedades deve ser pensada a partir dessa condição humana.
O que foi demonstrado através da inquietação dos pensadores e intelectuais anarquista que desenvolveram trabalhos importantes no intuito de pensar um ideal social que de fato se comunicasse com a realidade dos agentes sociais e pode-se proporcionar melhor condição de vida para as pessoas em uma ação voltada para igualdade e justiça social. Ideal esse que propõe um diálogo constante com a realidade vivenciada e sendo ajuizado suas premissas na medida que venham sempre a servir a sociedade na justeza de suas necessidades e desejos.
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