As novas relações e conexões sociais, restabelecidas
pela revolução tecnológica, demonstram como a inteligência social pode
influir de forma positiva na compreensão e na elaboração dos valores da
sociedade globalizada, facilitando o entendimento das novas estruturas e
relações sociais.
Palavras chaves: Tecnologia, Informação, Comunicação e sociedade.
Enfatizar a importância do conhecimento associado à tecnologia voltada
para a responsabilidade social.
A escalada tecnológica se apresenta com grande bipolaridade, todas as
classes sociais se beneficiando ou não com a globalização, reforma ou
revolução, tirania ou democracia.
A globalização que teve inicio no começo do capitalismo (quando se deu
inicio as navegações e a expansão do comércio), vem passando por um processo de
rebuscar o passado, globalizam-se perspectivas sociais, pessoais, políticos
econômicos e culturais.
Recriando o presente apresentando desenvolvimentos nas áreas tecnológicas
trazendo uma forte revolução nas áreas da comunicação e nos fluxos de
informação, o mundo social rompe cada vez, mas com o mundo individual alterando
o comportamento e o pensamento das massas.
Imaginar no futuro a tecnologia interagindo entre as pessoas e todos os
ramos da sociedade em busca do saber e do conhecimento, o aprendizado
trabalhando em prol do aprendiz possibilitando aos mesmos, novos caminhos a
reconstrução de sua identidade uma nova postura diante de si mesmo, da
sociedade e do mundo.
Ao compartilhar o entendimento de uma mesma informação o coletivo precisa
construir o senso comum através da conferência, da união e da associação das
proposições individuais, através de uma rede que os conecta que os liga a
outras interpretações, de uma mesma mensagem que esteja e possa ser
reinterpretada e compartilhada.
Trabalhar, estudar, viver, conversar fraternalmente com outros seres,
cruzar um pouco por sua história.
O conhecimento em suas múltiplas
formas de se processar encontra-se hoje em um
momento de construir uma bagagem de referências
e associações comuns, uma rede hipertextual unificada, um contexto
compartilhado, capaz de diminuir os riscos de incompreensão.
“Um texto já é sempre um hipertexto, uma rede de associações.” (Pierre
Levy).
O uso dos computadores na década de 80 se intensificou e deixou de ser
potentes calculadoras, diversificando seu uso.
As redes de informação no mundo surgem como uma nova forma de relações
entre as pessoas, não mais restrita ao exercito ou as universidades, mas sem
limites de irrestrito tanto para empresas como para pessoas comuns. Forma-se a
grande rede de acesso “livre” sem fronteiras e restrições políticas com uma
base de cooperação anarquista e que é chamado por Levy de ciberespaço.
O grande dilema é que a sociedade global tem que ser diferente, a
constituição de seus princípios que surgem com todos os problemas e
dificuldades como a desigualdade, os preconceitos e as diferenças entre as
classes, frutos da sociedade industrial as mesmas tensões, diferenças e
injustiças... , a solidão.
A esperada conscientização política que poderia surgir com a vulgarização
da informação e propagação das novas tecnologias, a terceira onda, como relatou
Pierre Levy, a revolução tecnológica não abalou nem amenizou as mazelas da sociedade industrial.
A sociedade globalizada ou
globalizante apresenta as mesmas dificuldades em compor uma verdadeira revolução
tecnológica e subverter o estado de ignorância em diversos aspectos da maioria
esmagadora dos agentes sociais que proporcionam uma política de aristrocacia
que se reveza no poder e procura utilizar as inovações tecnológicas apenas para
manter o estado de coisas e o poder.
No que se refere ao alarde da
globalização apenas houve um ajuntamento de interesses entre o estado liberal e
o que poderia ser uma mudança de um estado de noções rivais em uma aldeia
global e com a reconstituição do quadro das relações políticas e sociais
amenizando as desigualdades geradas pelas políticas de colonização e exploração
dos paises menos desenvolvidos..., é hoje apenas a união de empresas que passam
a se localizar em diversos paises simultaneamente como em uma segunda colonização
e uma reorganização das políticas econômicas e dos acordos internacionais, e o
surgimento de grandes blocos econômicos como a União Européia, o Mercosul,
Nafta e outros.
Reformulando as relações de trocas, mas com cuidado de manter as classes
sociais em seus respectivos lugares.
A cidadania continua a ser expressa através das notas e moedas corrente.
A liberdade cada vez mais vinculada à propriedade e a quanto se possui.
A democracia e a declaração de direitos humanos é como letra morta, os
direitos de liberdade, de dignidade, de fraternidade compreendem apenas uma
carta de intenções, a ciência a cultura não é
prioridade para a grande maioria dos indivíduos e sim a fome.
A
ética e a moralidade não são palavras de ordem, mas reivindicações daqueles que
têm como único compromisso manter-se vivo no aguardo de uma possível próxima
refeição.
Onde estão às tecnologias salvadoras, as soluções da ciência moderna?
A violência da sociedade capitalista e industrial que antes comprometia apenas
as classes sociais desprovida de consciência política e poder econômico agora
atinge a todos se á algo nesta sociedade que não distingue por cor, por
condição social e econômica nem por sexo é a violência imperando em todos os
ramos da sociedade.
E a sociedade globalizada e globalizante têm como herança esse legado.
“... O individualismo aparece como se fosse uma sofisticada elaboração
antológica e epistemológica, na qual se projeta muito da subjetividade do
individuo que se perdeu de suas coordenadas conhecidas, sedimentadas,
institucionadas e sacralizadas. E como se o singular fugisse para dentro de si,
precisamente quando os universais se alteram,recriam em outros níveis...”.
(Octavio Ianni).
As grandes mudanças tecnológicas nos proporcionam uma oportunidade para
um repensar as verdades socialmente instituídas, para um esforço de reflexão no
sentido de promover a melhora das relações humanas e suas convenções, para
aprimorar ou até mesmo decompor certos valores que proporcionam a manutenção do
convívio social como nós o conhecemos na tentativa reparar alguns desvios no
caminho da formação de uma verdadeira aldeia global.
De certa forma tem que ser revisto
os princípios já apresentado por Nietsche em Além do bem e do mal, numa
tentativa de construir valores que não sejam constitucionalizados, mas
convencionados e voláteis adequando assim uma nova fase na história dos avanços
tecnológicos, os avanços para a sociedade e para o social.
De repente o mundo se torna grande e pequeno, fraco e forte dos incluídos
aos excluídos a tecnologia vem se apresentando como divisor de água entre
classes sociais, favorecendo, mas uns do que os outros. Mas uma vez o que se
apresentaria ou era apresentado como uma maquina para acabar com a alienação
social e trazer grandes benefícios a esta sociedade falhou a tecnologia trouxe
a internet que trouxe entre outras bestialidades o orkut estava instaurada então a
ignorância e a propagação da intolerância e da violência.
Aos privilegiados a informação, a
tecnologia o conhecimento os melhores equipamentos, boa vida e a paz tão
desejada por todos, mas só adquirida por aqueles que têm como comprá-la.
Aos infortunados as dificuldades do familiar ao social, lutasse para
comer, para estudar, trabalhar e viver..., a grande batalha é para romper com o
ciclo da miséria humana, buscar pelo conhecimento e o saber são as maiores
armas com estas se ganham utopias, força e nada, mas se perde ou se é roubado.
A democratização nos meios virtuais aproxima dois mundos distintos o
pobre do rico, o forte do fraco, as revoluções tecnológicas, as novas ciências
e tecnologias vêm produzir um novo conhecimento com novos saberes.
A sociedade global não acaba com as diferenças e nem com as desigualdades
sociais não se apresenta boa nem má é apenas, mas uma etapa pela qual toda a civilização
tem que passar e mais uma ferramenta pela qual podemos mudar as relações
sociais.
Por fim as mudanças nas mentalidades provocadas pela globalização e pela
revolução tecnológica nos permitem tudo ou quase tudo desde que não ousemos
violar a sagrada família, a propriedade privada, poder centralizado do estado e
nem alimentar com conhecimento e saber os famintos e desprovidos de tudo.
Paulo
Rogério Sousa Santos
Bibliografia:
CASTELLS, Manuel. A Galáxia
da Internet: Reflexões sobre a Internet, os negócios e a sociedade..
São Paulo: Jorge Zahar, 2003.
IANNI, Octavio. A sociedade
global, Editora Civilização Brasileira, 8º edição. Rio de Janeiro. 1999.
LEVY, Pierre. A inteligência
coletiva, trad. De Luiz Paulo Rouanet. Editora Loyola. 4ºedição. São Paulo.
2003.