Esse trabalho tem a proposta de
fazer uma resenha da obra de Pierre Joseph Proudhon, O que é a Propriedade? , e
como esse pensador deu a esse tema um tratamento inovador, na origem do seu
entendimento e na sua inferência nas relações sociais. Os valores são
questionados na medida em que se tornam verdadeiros entraves para o
desenvolvimento da sociedade, no que diz respeito a aos indivíduos sociais bem
como no comportamento e nos costumes de
forma coletiva.
O filósofo Pierre Joseph Proudhon foi sem duvida um dos mais importantes
teóricos anarquistas, suas considerações serviram de base para o
desenvolvimento da maioria das teorias anarquistas e influenciou de forma
determinante filósofos como Bakunin, Kropotkin, Malatesta entre outros.
Das obras de Proudhon se destaca a tese sobre o que é propriedade?
Questionamento que dá nome a seu livro mais celebre.
A orientação politica de Proudhon é o anarquismo, sendo esse o primeiro
teórico a se declarar anarquista de forma clara e explicita, na tentativa de
diferenciar o socialismo autoritário e a social democracia burguesa do
socialismo libertário (anarquismo).
“Em suma, não sistematizo: peço o fim dos privilégios, a abolição da
escravatura, a igualdade de direitos, o reino da Lei; Justiça, nada mais que
Justiça; tal é o, resumo do meu discurso; deixo a outros a tarefa de
“disciplinar o mundo”.” (Proudhon, O que é a propriedade?).
Proudhon figura como um grande ativista anarquista além de teórico muito
perspicaz e comprometido com a causa da liberdade. Tendo nascido em Besançon na
França em 15 de Janeiro de 1809 e vindo a falecer no dia 19 do mesmo mês, porém
no ano de 1865 aos 56 anos na cidade de Passy.
A vida politica desse pensador confunde-se com suas teorias, o que uma
característica que é própria dos teóricos anarquistas, não apenas pela ascensão
da ciência positivista daquele momento histórico a qual os anarquistas se
serviam para compor algumas analogias entre a ciência exata e a politica.
3 – Justificativa:
O que é a propriedade?
Assim com esse questionamento Proudhon inicia sua tese, a pergunta feita
pelo filosofo é pouco intrigante em sua formação, porém a resposta que ele nos
apresenta é para muitas pessoas inusitadas. A propriedade é um roubo diz
Proudhon, sim um roubo e a ainda mais espantosa é a comparação de que o
proprietário é um criminoso visto a analogia feita pelo pensador, onde a
escravidão é comparada a um assassinato e a propriedade a um roubo, ambos
considerados (assassinato, roubo) crimes segundo o estado de direito.
A provocação do pensador é interessante na medida em que esclarece de
forma definitiva sua discordância com a lógica social e econômica da sociedade
moderna e capitalista.
Para informar de forma didática ao leitor suas considerações Proudhon faz
uma serie de analogias entre as ciências e suas descobertas em relação a
ciências politicas e a dificuldade em aceitar questionamentos e novas propostas
vista o imperativo da manutenção do exercício do poder.
Como a politica moderna tem como lastro as ideais de Aristóteles e suas
considerações, em evidencia nesse caso em particular suas afirmações sobre as
diferenças entre as classes sociais, demonstra então como houve erros por parte
de diversos filósofos em diversas áreas da ciência, a saber; "Como é que
não veem, dizia Santo Agostinho (..) que, se houvesse homens sob os nossos pés,
estariam de cabeça para baixo e cairiam no céu? O bispo de Hippone, que julgava
a terra plana, porque lhe parecia vê-la assim(..)” E assim segue demonstrando
como os alegados princípios lógicos e as categorias definidas pelos pensadores
não se sustentaram diante das novas descobertas tanto na astronomia como nos
diversos seguimentos da ciência.
Proudhon nos fala de como o julgamento é feito através das aparências das
coisas e de simples induções embora forjadas em uma lógica que se atribui
realidade aos conceitos, nos levando ao erro e ao engano e passamos a acreditar
em um numero enorme de absurdos e lorotas. E se passarmos das ciências físicas
para as ciências morais existem diversas verdades construídas da mesma forma,
através de aparências, influências e falsos axiomas. Porém seja qual for o
conceito ou a crença sobre a terra e sua forma ou constituição física não ira
alterar o rumo natural do planeta e as leis naturais, no entanto as leis morais
dependem da ação do homem e dos conceitos formulados pelo homem no que nos diz
Proudhon; “(..) é em nós e por nós que se cumprem as leis da nossa natureza
moral: ora estas leis não podem executar-se sem a nossa participação pensante,
se não as conhecermos. Portanto, se a nossa ciência das leis morais é falsa, é
evidente que, desejando o bem, provocaremos o mal; se ela é incompleta, bastará
durante algum tempo ao nosso progresso social, mas acabará por nos fazer tomar
um caminho falso e por precipitar-nos então num abismo de calamidades.”
É nessas questões que devemos atentar para obter mais conhecimento visto
sua inferência na vida econômica e politica da sociedade, e que nos afeta
diretamente. Entre as crenças oriundas dessas leis morais a que mais tempo
acompanha as civilizações, segundo Proudhon, é a crença em Deus instigada pelos
sacerdotes e precursora de um grande número de injustiças e desigualdade na
história das civilizações. Como refutar essas crenças que durante tanto tempo
persiste no imaginário humano, as classes sacerdotais sempre aliadas do poder e
dos mandatários fustigando o povo a não acreditar em novidades e se manterem
fiéis as tradições e aos costumes.
Os romanos e seus costumes viveram e morreram por suas leis e tradições
afogados em sua luxuria e adorando seus imperadores loucos sem se darem conta
de sua própria derrocada. O cristianismo pregando uma nova lei e uma religião
mais justa não ultrapassou o momento da sua permitividade eclesiástica e logo
foram engolidos pelo sistema, tornando parte da mesma arquitetura contraria a
solidariedade e a justiça.
O homem segundo a orientação dos teólogos cometeu um pecado imperdoável
(o pecado original) e nada pode ser feito para revoga isso sua condição de
miserável é inevitável, tal é a crença que se propagou no ocidente através da
nova religião. Todos os mártires desde Jesus e seus seguidores que diziam
trazer uma boa nova, nos traz por meio dos sacerdotes uma péssima noticia,
viver em penúria, mais penitencia, jejum
privação, escravidão por uma promessa de recompensa pós-morte,. “A verdade
cristã não ultrapassou a idade dos apóstolos; o Evangelho, comentado e
simbolizado por Gregos e Romanos, repleto de fábulas pagãs, tornou-se um sinal
de contradição; e até hoje o reinado da Igreja Infalível apenas engendrou um
grande obscurecimento.”(Proudhon).
A sociedade que se estabelece não é uma sociedade igualitária, mas sim
uma sociedade com base no direito diversificado entre os entes sociais. O
direito do nobre o direito do rei o direito do sacerdote e o direito do
plebeu. O Rei o sacerdote e toda a
classe de possuidores tinham diversos privilégios baseados em direitos de
nascença e de posse e tantos quantos sua imaginação real pudesse criar, para a
sustentação de tantas prerrogativas a privação e a miséria se tornaram o
direito do povo. Somente em 1793 o povo se livra desse julgo e arranca a cabeça
do monarca Luiz XVI, porém a falta de conhecimento e o costume fazem com que a
revolta momentânea não deixe que a revolução se consolide e se opera apenas
mudanças já que a derrocada da monarquia apenas do lugar a democracia e uma e o
estado continua com suas instituições de poder embora de forma mais
distribuído, porém não menos opressor e injusto.
O que nos aponta Proudhon é que o povo ao combater a estrutura politica
não compreende a principal causa da manutenção da desigualdade social, a
propriedade privada, o acumulo de capital que provoca o desequilíbrio e as
diferenças sociais.
Proudhon faz uma distinção entre propriedade e posse, a posse é um
direito comum a todos, a propriedade é que é uma irregularidade, se toda a sociedade e compreendida entre um
acordo entre iguais o proprietário que arrenda sua propriedade e cobra do
arrendatário uma porcentagem da sua produção demonstra ai o desequilíbrio e a
irregularidade se torna clara. Como pode quem não trabalha se beneficiar do
lucro da produção de outro, não obstante o estado e a igreja apoiam e
reivindicam ter direito a parte desse lucro, recaindo sobre o trabalhador
pesado fardo sobre condição de impostos, dízimos e outras modalidades e
confisco. “Outrora a nobreza e o clero não contribuíam para as despesas do
Estado senão a título de ajuda voluntária e doações; os seus bens eram
inacessíveis mesmo para pagamento de dívidas: enquanto o plebeu, sobrecarregado
de tributos e impostos era incomodado sem descanso, tanto pelos cobradores do
rei como pelos dos nobres e do clero”(idem).
Com a revolta o povo sonhou com a propriedade sendo utilizada por todos
assegurando o direito a terra, não compreendendo que mantinha o mesmo principio
do regime que acabava de destituir, a propriedade foi mantida e colocada como
coisa principal a se defender, tornando a propriedade intocável.
A organização social tem que ser livre para que a igualdade seja
assegurada os meios de produção e os demais benefícios que um ajuntamento de
pessoas possa proporcionar devem ser divididos da forma mais justa possível e a
diferença entre as pessoas não deve existir, apoiando sua genialidade na
liberdade e na igualdade os homens devem redefinir seus costumes e sua conduta
moral, sem as discrepâncias proporcionadas pela propriedade privada e os
privilégios econômicos que ela proporciona.
Não obstante, o proprietário reivindica o lucro o ganho sobre seus bens
sem que ele próprio tenha condições de produzir sozinho o mesmo ganho que julga
merecer. O direito que os ilustres proprietários querem defender não tem base
na razão e na lógica quer seja econômica ou moral, a justa porção que recai sobre
o proprietário não pode ultrapassar o que ele é capaz de produzir sozinho. Ora
o que se prática é a oneração do trabalho alheio para suprir a ganancia e o
roubo do lucro do trabalho alheio. Não há limites para as perspectivas de ganho
dos patrões e arrendatários, querem
ganhar dez, cem, mil ou um milhão de veze mais do que sua capacidade individual
de produção. O proprietário sozinho não seria capaz de faturar nem mesmo metade
do que reivindica para si, o lavrador deve arrendar a terra e pensar em como
pagar o dono das terras, os impostos, o custo da produção e o dizimo da igreja.
No que diz Proudhon, “Portanto. tudo o que transaciona das mãos do
ocupante para as do proprietário a titulo de lucro e como preço da licença para
ocupar, é irrevogavelmente adquirido pelo segundo, perdido pelo primeiro, nada
podendo voltar a este senão como doação, esmola, salário de serviços ou
pagamento de mercadorias por ele entregues.”
O proprietário não apenas se apropria do produto do trabalho de quem
realmente produz como exige valor e tempo específicos a fim de sanar a sua
usura.
O conceito de propriedade como fonte permanente de lucro faz com que o
proprietário que utiliza seu imóvel da prejuízo a si mesmo e acumula o
percentual de perdas a cada mês que permanece no imóvel que deixou de alugar
para aferir lucro. O pequeno proprietário core o risco de acumular dividas com
impostos e obrigações com o fisco, provenientes do suposto lucro que deveria
aferir caso não ocupasse sua propriedade podendo até mesmo ser tomada pelo
governo por falta de pagamento dos impostos compulsórios.
O arrendatário, porém é obrigado a pagar todas às dividas provenientes do
direito de propriedade com o fruto do seu trabalho, devendo pagar o que não é
capaz de produzir. Como o trabalhador não consegue sanar todas as dividas as
quais foi submetido , fica sujeito a adquirir empréstimos que vão se acumulando
e não consegue acabar de pagar nunca. O proprietário se ausenta do trabalho mas
não se distancia da propriedade, sempre atento a situação da produção pronto
para exigir mais dos trabalhadores a sua disposição, no que diz Proudhon se o
trabalhador pode produzir 10 o proprietário lhe exige como sua parte nos lucros
12, deixando o trabalhador sempre em divida e preso a seu contratante.
O costume e as leis não são pautados na justiça, mas na consideração da
defesa da propriedade, que consome a sociedade pelos seus princípios sem lógica
e suas práticas injustas. No que salienta o pensador a justiça tem como
premissa irrevogável a igualdade, não apenas a igualdade de ação
concomitantemente a igualdade de condições. A razão e a lógica que Proudhon
lança mão definem em suma o fato concreto de que o direito ao lucro é em outras
palavras o direito ao roubo, confisco e apropriação indevida do esforço e trabalho
alheio.
A propriedade consome o fruto do trabalho por usura e não por
necessidade, e esgota o trabalhador impossibilitando seu progresso, o que
define a sociedade com base na propriedade como inviável no que toca a justiça
e a igualdade. “A propriedade é impossível; a igualdade não existe. A primeira
nos é odiosa e queremos destrui-la: a segunda absorve todos os nossos
pensamentos e não sabemos concretizá-la.”
Para que se estabeleça igualdade de direitos e deveres a liberdade deve
ser o ponto de partida a convergência social, a liberdade deve ser a base da
sociedade não a propriedade. A distinção feita por Proudhon entre propriedade e
posse demonstra sua compreensão sobre o uso da terra, a terra deve ser de quem
nela produz, bem como as fábricas e os meios de produção aos que deles fazem
uso, e engrandecem a sociedade com seus resultados. A presença do proprietário
é a de um ser estranho e de certa forma uma abstração surreal do processo
produtivo.
Conclusão
A essência da organização social é a liberdade, e a única forma de
assegurar a justiça e a igualdade social tornando equânime as relações entre os
entes sociais e possibilitando uma comercialização justa entre os centros
urbanos e os trabalhadores agrícolas. O apoio mutuo consolidando as relações entre
as nações federadas de acordo com as condições de cada uma, compartilhando os
entendimentos as tecnologias e os bens de produção fomentando o desenvolvimento
coletivo. De modo que a justa proporção seja a medida da troca e que não haja
acumulo de riquezas desnecessárias a economia, que nenhum ligar tenha mais do
que necessita e que não tenha carência em nenhuma região e que ninguém passe
por dificuldades em detrimento do luxo de alguns poucos. “A propriedade e a
realeza estão em decadência desde o principio do mundo; como o homem procura a
justiça na igualdade, a sociedade procura a ordem na anarquia”(ibidem). É essa
a proposta de Proudhon como organização social, tendo o homem como medida para
a constituição de uma ordem social justa e igualitária, sem mestres ou patrões
senhores ou lideres, apenas a sociedade sendo autogestionada e a vontade
popular sendo efetivamente aplicada sem intermediação ou imposição de grupos ou
pessoa exercendo o poder do estado e de suas instituições.
A posse deve ser individual, nos indica Proudhon, o que torna a
propriedade ilegal ação que por si só modifica todas as relações econômicas da
sociedade, tornando mais justa a distribuição de terras e moradias,
proporcionando a todos de forma igual o direito de ocupar variando de acordo
com o numero de ocupantes na intenção de impossibilitar a propriedade, o
trabalho passa a ser um dever de todos e o resultado do emprego dessa força de
trabalho passa a ser propriedade coletiva. No que conclui, o trabalho acaba com
a propriedade e a exploração do homem pelo homem. As transações comerciais
devem se feitas na medida da troca do produto pelo produto, impossibilitando
uma renda desproporcional nas transações comerciais, toda troca dever ser feita
de forma livre e equivalente entre os interessados, observando essas condições
a desproporcional diferença entre ricos e pobres deixara de existir e problemas
como a escassez de alimentos será coisa do passado. “Os homens estão associados
pela lei física e matemática da produção antes de o serem pelo seu pleno
acordo: portanto, a igualdade de condições é justa, quer dizer, de direito
social; a estima, a amizade, o reconhecimento apenas de direito equitativo ou
proporcional.”(ibidem)
O homem sozinho não produz nem mesmo para suprir todas as suas necessidades,
mas em grupo ultrapassa as necessidades econômicas.
Por intermédio de livre associação e cooperação mutua com a manutenção da
igualdade de direitos e deveres preservando a liberdade individual é, com
efeito, a única maneira de se promover uma sociedade justa e igualitária.
Não existe possibilidade de justiça em uma sociedade onde a base
econômica é a propriedade e a desigualdade produzida por essa forma de economia
que gera pobreza e riqueza de forma diretamente proporcional, o governo de
poucos sobre os demais é mantido pela ação violenta do estado e de suas
instituições. A organização social deve ser pautada em uma politica de
liberdade e igualde que terá como
consequência justiça social, a busca por uma sociedade perfeita tem como base
de apoio a fusão entre a ordem e a anarquia.
Paulo Santos
Bem, a meu ver as ideias de Proudhon continuam atuais, sem serem desgastadas pelo tempo.
ResponderExcluirAinda existem muitas injustiças em nações capitalistas. O fim do regime escravocrata é um blefe. O acumulo de riquezas entre empresarios e aristocratas, uma vergonha. O proletariado para adquirir um teto, tem que fazer um malabarismo. Em suma,um absurdo!!!
As suas considerações são muito interessantes, no entanto penso que a história e o tempo é um agente invisível de mudanças, tanto no que corresponde as nuança culturais como nas atividades econômicas e suas implicações históricas. Proudhon apresenta propostas de fundamental importância para modificar as estruturas da sociedade e suas desigualdades e injustiças porém se faz necessário as adaptações pertinentes para nossa época e momento histórico.
ExcluirEssa é a maneira como os opressores pensam a propriedade: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1659
ResponderExcluirUm interessante artigo para analisar o discurso das pessoas que pensam dessa maneira.
O Vc acha de Teorias da Conspiração? E da relação delas com o Anarquismo e outros movimentos?Vevemos em um mundo de Ilusões, e é comum vermos ao longo da História conspirações políticas# Porque algumas dessas teorias não seriam reais então?
ResponderExcluirVeja mais em: www.anticonspiracionismo.blogspot.com
Isso mesmo, Paulo Santos. Proudhon, Bakunin... todos geniais pensadores da liberdade. Sempre que comento sobre as idéias anarquistas surgem céticos que quase sempre indagam da mesma maneira: isso seria possível entre os seres humanos, Ou seja a total igualdade? Eu respondo: a desigualdade é bem mais hedionda e por quase todos reprovada, mesmo assim ela tem sido possível, que dirá a igualdade.
ResponderExcluirIsso mesmo, Paulo Santos. Proudhon, Bakunin... todos geniais pensadores da liberdade. Sempre que comento sobre as idéias anarquistas surgem céticos que quase sempre indagam da mesma maneira: isso seria possível entre os seres humanos, Ou seja a total igualdade? Eu respondo: a desigualdade é bem mais hedionda e por quase todos reprovada, mesmo assim ela tem sido possível, que dirá a igualdade.
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