sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Racionalismo



Doutrina que afirma que tudo que existe tem uma causa inteligível, mesmo que não possa ser demonstrada de fato, como a origem do Universo. Privilegia a razão em detrimento da experiência do mundo sensível como via de acesso ao conhecimento. Considera a dedução como o método superior de investigação filosófica. René Descartes (1596-1650), Spinoza (1632-1677) e Leibniz (1646-1716) introduzem o racionalismo na filosofia moderna. Friedrich Hegel (1770-1831), por sua vez, identifica o racional ao real, supondo a total inteligibilidade deste último.
 O racionalismo é baseado nos princípios da busca da certeza e da demonstração, sustentados por um conhecimento a priori, ou seja, conhecimentos que não vêm da experiência e são elaborados somente pela razão.
Na passagem do século XVIII para o XIX, Immanuel Kant (1724-1804) revê essa tendência de associar o pensamento à análise pura e simples e inaugura o neo-racionalismo. A nova doutrina aceita as formas a priori da razão, afirmando, entretanto, que elas necessariamente devem ser conjugadas aos dados da experiência para que possa haver conhecimento. O racionalismo dos séculos XVII e XVIII influencia a religião e a ética até hoje.
Está presente nas várias seitas do protestantismo, que dispensam a autoridade e a revelação religiosa em favor dos postulados lógicos e racionais sobre a existência de Deus. Influencia, também, a conduta moral que atribui à razão e aos princípios inatos de bondade, entre outros, a capacidade humana de se bem conduzir.

Fonte: http://www.algosobre.com.br/sociofilosofia/racionalismo.html



Racionalismo

Racionalismo é a corrente central no pensamento liberal que se ocupa em procurar, estabelecer e propor caminhos para alcançar determinados fins. Tais fins são postulados em nome do interesse coletivo (commonwealth), base do próprio liberalismo e que se torna assim, a base também do racionalismo. O racionalismo, por sua vez, fica à base do planejamento da organização econômica e espacial da reprodução social.
O postulado do interesse coletivo elimina os conflitos de interesses (de classe, entre uma classe e seus membros e até de simples grupos de interesse) existentes em uma sociedade, seja em nome do princípio de funcionamento do mercado, seja como princípio orientador da ação do Estado. Abre espaço para soluções racionais a ‘problemas’ econômicos (de alocação de recursos) ou urbanos (de infraestrutura, da habitação, ou do meio ambiente) com base em soluções técnicas e eficazes.
Uma ideologia difere do mundo concreto não naquilo que afirma, senão no que cala (discurso lacunar) – não nega, apenas escamoteia a existência conflitos na sociedade. Um ‘apelo à razão’ é um convite a esquecer a existência de conflitos sociais.
Na sociedade brasileira o superprivilegiamento da elite e o constante entravamento do desenvolvimento  entra em contradição flagrante com a idéia do interesse coletivo e o racionalismo perde sua base material, originando também o caráter incongruente da ideologia da elite. Nessas condições se gesta um derivado curioso do interesse coletivo, a saber, oconsenso. Sendo fraca a figura do interesse coletivo, esse fica substituído por seu suposto resultado: o consenso –a saber, entre os membros da elite ou entre seus representantes no âmbito político. O enfraquecimento da base do racionalismo se reflete também no planejamento e na ação do Estado, que adquire um caráter errático e não-explícito.

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