sábado, 14 de julho de 2012

Racismo



A ideia de racismo é cultuada e mantida por algumas pessoas e determinados grupos sociais sem que haja uma razão consistente ou causa compreensível, os motivos pelos quais esse tipo de comportamento é preservado, apesar dos debates esclarecimentos e movimentos sociais que combatem as manifestações de intolerância racial, são vazios de significados e não coadunam com a condição humana de ser racional. Em geral o agente motivador é a ignorância, o medo e sobre tudo a frustração pessoal da condição de existência dos indivíduos que cultuam a intolerância racial e o preconceito étnico. Como modificar essa realidade é um grande desafio para a sociedade e inferir no desenvolvimento social para superar essa cultura de manutenção de preconceitos é muito difícil e depende de fatores diversos como ações coletivas e atividades individuais constantes nas escolas, no trabalho e na convivência cotidiana das pessoas.
A ideia de raça tem grande influencia na manutenção do preconceito, partindo de uma formulação ideológica mal formulada, que sugestiona a existência de raças diferentes a partir de traços biofísicos e étnicos, coisa que por si só não se sustenta dada a diferença entre essas questões. A condicionante biológica não determina diferença racial e sim determina a existência de apenas uma raça, que é a raça humana os traços físicos como cor, altura, peso formato do rosto e dos olhos entre outras tantas diversidades físicas próprias da unicidade do ser humano não é base para segregar e definir diferenciações de grupos humanos como raças distintas. Com a atual compreensão do genoma humano essas definições se tornaram mais claras e inquestionáveis, e ainda que nãofosse fato esse a discriminação e o preconceito racial não se justificaria. Esclarecida a questão das diferenças biológicas o que sobra é a questão étnica, os diversos grupos humanos se associam para sanar suas necessidades o que é chamado de economia, bem como para a própria manutenção da espécie. O ser humano é um ser social. Dentro dessa perspectiva a cultura se desenvolve de forma distinta em cada um dos ajuntamentos humanos, em alguns casos o desenvolvimento tecnológico é mais avançado em outros os as manifestações artísticas são preteridas e assim cada sociedade evolui dentro do seu tempo e momento histórico, o que não define superioridade, mas sim apenas diferenças culturais escolhas sociais diferenciadas. Os aspectos étnicos que englobam hábitos alimentares, indumentárias, idioma, hábitos alimentares, crenças e opções políticas de organização social não determinam se um grupo social é superior a outro apenas demonstra suas diferenças dentro do processo evolutivo social, entendendo aqui por evolução a condição de mudança e não de superioridade ou avanço positivo apenas, sim mudança.
O racismo é uma manifestação de incapacidade do individuo de lidar com as diferenças próprias da nossa raça (a raça humana), e em grande medida de aceitar a sua própria condição de existência demonstrando uma grande insatisfação em ser humano tentando tornar-se outra coisa que não ele mesmo, e dentro dessa situação de impotência existencial cultua o ódio e a intolerância ao diferente na crença que assim poderá afirmar-se e tornar aquilo se no seu intimo sabe que não é e nem mesmo poderá ser, visto que não existem seres superiores dentro da condição humana, as diferenças são traços próprios da nossa raça e de tudo que existe, em ultima analise não existem nem mesmo duas gotas de água iguais, cada uma é e existe de forma distinta e individualmente o que por si só já a torna diferente na sua condição de existência.
Um grande problema de entendimento sobre a questão de igualdade é o preconceito que reza que o igual tem que ser o que possui de forma semelhante, essa compreensão é fruto da visão capitalista de sociedade e de um entendimento fortemente influenciado pela cultura do consumismo, você é o que você tem. Quando na verdade se trata de uma questão de existência e não de posse, a igualdade social deve ser entendida como igualdade de direitos e deveres e não de posse e ou de forma, o que é uma transferência de entendimento comum, o possuir uma forma ideal é como possuir as coisas ideais. A condicionante de posse de coisas é transferida a forma de ser, ocasionando o erro de propor uma forma física ideologicamente configurada. O que não coaduna com a condição de existência do ser, trazendo conflitos de ordem psicológicas e sociais.
A sociedade moderna e as políticas adotadas até aqui sugestionam através das propagandas e do próprio culto social como as pessoas devem ser o que devem fazer e idealizam um tipo de ser ideal, através de filmes, propagandas e convenções sócias diversas a maioria das pessoas não conseguem alcançar essas “metas” o que causa grande frustração e desconforto na tentativa de se justificar alguns grupos passam a definir estilos e condutas próprias e acusam os que não participam desses ajuntamentos de inferiores, por não estarem na moda ou serem menos informados, pobres culturalmente, descenderem de tipos humanos menos evoluídos e assim por diante.
O certo é que não existe nenhuma justificativa racional para a sustentação de diferenciação racial entre os seres humanos, e qualquer afirmação nesse sentido é fruto de frustrações individuais que ecoam em determinados grupos que tem essas frustrações em comum, e severa dificuldade em lidar com sua própria condição de existência. O que os leva a cultura da intolerância e do preconceito racial, o que grosso modo pode ser interpretada como uma psicopatia de alguns indivíduos que após ser propagandeada e cultuada tornou-se habito de determinadas coletividades por ignorância e desrespeito a si mesmo, visto que somos todos humanos desrespeitar a condição de diversidade de nossa espécie é em ultima analise desrespeitar a si mesmo.
Um grande desafio para a sociedade atual, e futura é como acabar com essas manifestações de ódio e o culto a intolerância, e como educar nossas crianças de forma a não se contaminarem com esse mal que é o racismo.
Para que haja um ambiente salutar e propicio par uma transformação social os preconceitos fomentados por esses racistas e as práticas impostas pelos seus dogmas devem ser extirpados do meio social, não pode haver igualdade onde se perpetua o privilegio, e a intolerância, não há justiça onde se dissemina a mentira e o engano e o culto ao ódio. Os valores para uma sociedade justa e igualitária deve ter como condição primeira o respeito às diferenças individuais, bem como a liberdade e a igualdade de direitos e deveres humanos. A felicidade coletiva somente é possível com indivíduos felizes, quem cultua o ódio gera uma sociedade de frustrados e psicopatas.
Somos em grande medida o resultado de nossas escolhas.

 Paulo Santos

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