A ideia de racismo é
cultuada e mantida por algumas pessoas e determinados grupos sociais sem que haja
uma razão consistente ou causa compreensível, os motivos pelos quais esse tipo
de comportamento é preservado, apesar dos debates esclarecimentos e movimentos
sociais que combatem as manifestações de intolerância racial, são vazios de
significados e não coadunam com a condição humana de ser racional. Em geral o
agente motivador é a ignorância, o medo e sobre tudo a frustração pessoal da
condição de existência dos indivíduos que cultuam a intolerância racial e o
preconceito étnico. Como modificar essa realidade é um grande desafio para a
sociedade e inferir no desenvolvimento social para superar essa cultura de
manutenção de preconceitos é muito difícil e depende de fatores diversos como
ações coletivas e atividades individuais constantes nas escolas, no trabalho e
na convivência cotidiana das pessoas.
A ideia de raça tem
grande influencia na manutenção do preconceito, partindo de uma formulação
ideológica mal formulada, que sugestiona a existência de raças diferentes a
partir de traços biofísicos e étnicos, coisa que por si só não se sustenta dada
a diferença entre essas questões. A condicionante biológica não determina
diferença racial e sim determina a existência de apenas uma raça, que é a raça
humana os traços físicos como cor, altura, peso formato do rosto e dos olhos
entre outras tantas diversidades físicas próprias da unicidade do ser humano
não é base para segregar e definir diferenciações de grupos humanos como raças
distintas. Com a atual compreensão do genoma humano essas definições se
tornaram mais claras e inquestionáveis, e ainda que nãofosse fato esse a
discriminação e o preconceito racial não se justificaria. Esclarecida a questão
das diferenças biológicas o que sobra é a questão étnica, os diversos grupos
humanos se associam para sanar suas necessidades o que é chamado de economia,
bem como para a própria manutenção da espécie. O ser humano é um ser social.
Dentro dessa perspectiva a cultura se desenvolve de forma distinta em cada um dos
ajuntamentos humanos, em alguns casos o desenvolvimento tecnológico é mais
avançado em outros os as manifestações artísticas são preteridas e assim cada
sociedade evolui dentro do seu tempo e momento histórico, o que não define
superioridade, mas sim apenas diferenças culturais escolhas sociais
diferenciadas. Os aspectos étnicos que englobam hábitos alimentares, indumentárias,
idioma, hábitos alimentares, crenças e opções políticas de organização social
não determinam se um grupo social é superior a outro apenas demonstra suas
diferenças dentro do processo evolutivo social, entendendo aqui por evolução a
condição de mudança e não de superioridade ou avanço positivo apenas, sim
mudança.
O racismo é uma
manifestação de incapacidade do individuo de lidar com as diferenças próprias
da nossa raça (a raça humana), e em grande medida de aceitar a sua própria
condição de existência demonstrando uma grande insatisfação em ser humano
tentando tornar-se outra coisa que não ele mesmo, e dentro dessa situação de
impotência existencial cultua o ódio e a intolerância ao diferente na crença
que assim poderá afirmar-se e tornar aquilo se no seu intimo sabe que não é e
nem mesmo poderá ser, visto que não existem seres superiores dentro da condição
humana, as diferenças são traços próprios da nossa raça e de tudo que existe,
em ultima analise não existem nem mesmo duas gotas de água iguais, cada uma é e
existe de forma distinta e individualmente o que por si só já a torna diferente
na sua condição de existência.
Um grande problema de
entendimento sobre a questão de igualdade é o preconceito que reza que o igual tem
que ser o que possui de forma semelhante, essa compreensão é fruto da visão
capitalista de sociedade e de um entendimento fortemente influenciado pela
cultura do consumismo, você é o que você tem. Quando na verdade se trata de uma
questão de existência e não de posse, a igualdade social deve ser entendida
como igualdade de direitos e deveres e não de posse e ou de forma, o que é uma transferência
de entendimento comum, o possuir uma forma ideal é como possuir as coisas
ideais. A condicionante de posse de coisas é transferida a forma de ser,
ocasionando o erro de propor uma forma física ideologicamente configurada. O
que não coaduna com a condição de existência do ser, trazendo conflitos de
ordem psicológicas e sociais.
A sociedade moderna e
as políticas adotadas até aqui sugestionam através das propagandas e do próprio
culto social como as pessoas devem ser o que devem fazer e idealizam um tipo de
ser ideal, através de filmes, propagandas e convenções sócias diversas a
maioria das pessoas não conseguem alcançar essas “metas” o que causa grande
frustração e desconforto na tentativa de se justificar alguns grupos passam a
definir estilos e condutas próprias e acusam os que não participam desses ajuntamentos
de inferiores, por não estarem na moda ou serem menos informados, pobres
culturalmente, descenderem de tipos humanos menos evoluídos e assim por diante.
O certo é que não
existe nenhuma justificativa racional para a sustentação de diferenciação
racial entre os seres humanos, e qualquer afirmação nesse sentido é fruto de
frustrações individuais que ecoam em determinados grupos que tem essas frustrações
em comum, e severa dificuldade em lidar com sua própria condição de existência.
O que os leva a cultura da intolerância e do preconceito racial, o que grosso
modo pode ser interpretada como uma psicopatia de alguns indivíduos que após
ser propagandeada e cultuada tornou-se habito de determinadas coletividades por
ignorância e desrespeito a si mesmo, visto que somos todos humanos desrespeitar
a condição de diversidade de nossa espécie é em ultima analise desrespeitar a
si mesmo.
Um grande desafio para
a sociedade atual, e futura é como acabar com essas manifestações de ódio e o
culto a intolerância, e como educar nossas crianças de forma a não se
contaminarem com esse mal que é o racismo.
Para que haja um
ambiente salutar e propicio par uma transformação social os preconceitos
fomentados por esses racistas e as práticas impostas pelos seus dogmas devem
ser extirpados do meio social, não pode haver igualdade onde se perpetua o
privilegio, e a intolerância, não há justiça onde se dissemina a mentira e o
engano e o culto ao ódio. Os valores para uma sociedade justa e igualitária deve
ter como condição primeira o respeito às diferenças individuais, bem como a
liberdade e a igualdade de direitos e deveres humanos. A felicidade coletiva
somente é possível com indivíduos felizes, quem cultua o ódio gera uma
sociedade de frustrados e psicopatas.
Somos em grande medida
o resultado de nossas escolhas.
Paulo Santos
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