quinta-feira, 30 de junho de 2011
sábado, 25 de junho de 2011
O que é a propriedade?
Assim com esse questionamento Proudhon inicia sua tese, a pergunta feita pelo filosofo é pouco intrigante em sua formação, porém a resposta que ele nos apresenta é para muitas pessoas inusitadas. A propriedade é um roubo diz Proudhon, sim um roubo e a ainda mais espantosa é a comparação de que o proprietário é um criminoso visto a analogia feita pelo pensador, onde a escravidão é comparada a um assassinato e a propriedade a um roubo, ambos considerados (assassinato, roubo) crimes segundo o estado de direito.
A provocação do pensador é interessante na medida em que esclarece de forma definitiva sua discordância com a lógica social e econômica da sociedade moderna e capitalista.
Para informar de forma didática ao leitor suas considerações Proudhon faz uma serie de analogias entre as ciências e suas descobertas em relação a ciências politicas e a dificuldade em aceitar questionamentos e novas propostas vista o imperativo da manutenção do exercício do poder.
Como a politica moderna tem como lastro as ideais de Aristóteles e suas considerações, em evidencia nesse caso em particular suas afirmações sobre as diferenças entre as classes sociais, demonstra então como houve erros por parte de diversos filósofos em diversas áreas da ciência, a saber; "Como é que não veem, dizia Santo Agostinho (..) que, se houvesse homens sob os nossos pés, estariam de cabeça para baixo e cairiam no céu? O bispo de Hippone, que julgava a terra plana, porque lhe parecia vê-la assim(..)” E assim segue demonstrando como os alegados princípios lógicos e as categorias definidas pelos pensadores não se sustentaram diante das novas descobertas tanto na astronomia como nos diversos seguimentos da ciência.
Proudhon nos fala de como o julgamento é feito através das aparências das coisas e de simples induções embora forjadas em uma lógica que se atribui realidade aos conceitos, nos levando ao erro e ao engano e passamos a acreditar em um numero enorme de absurdos e lorotas. E se passarmos das ciências físicas para as ciências morais existem diversas verdades construídas da mesma forma, através de aparências, influências e falsos axiomas. Porém seja qual for o conceito ou a crença sobre a terra e sua forma ou constituição física não ira alterar o rumo natural do planeta e as leis naturais, no entanto as leis morais dependem da ação do homem e dos conceitos formulados pelo homem no que nos diz Proudhon; “(..) é em nós e por nós que se cumprem as leis da nossa natureza moral: ora estas leis não podem executar-se sem a nossa participação pensante, se não as conhecermos. Portanto, se a nossa ciência das leis morais é falsa, é evidente que, desejando o bem, provocaremos o mal; se ela é incompleta, bastará durante algum tempo ao nosso progresso social, mas acabará por nos fazer tomar um caminho falso e por precipitar-nos então num abismo de calamidades.”
É nessas questões que devemos atentar para obter mais conhecimento visto sua inferência na vida econômica e politica da sociedade, e que nos afeta diretamente. Entre as crenças oriundas dessas leis morais a que mais tempo acompanha as civilizações, segundo Proudhon, é a crença em Deus instigada pelos sacerdotes e precursora de um grande número de injustiças e desigualdade na história das civilizações. Como refutar essas crenças que durante tanto tempo persiste no imaginário humano, as classes sacerdotais sempre aliadas do poder e dos mandatários fustigando o povo a não acreditar em novidades e se manterem fiéis as tradições e aos costumes.
Os romanos e seus costumes viveram e morreram por suas leis e tradições afogados em sua luxuria e adorando seus imperadores loucos sem se darem conta de sua própria derrocada. O cristianismo pregando uma nova lei e uma religião mais justa não ultrapassou o momento da sua permitividade eclesiástica e logo foram engolidos pelo sistema, tornando parte da mesma arquitetura contraria a solidariedade e a justiça.
O homem segundo a orientação dos teólogos cometeu um pecado imperdoável (o pecado original) e nada pode ser feito para revoga isso sua condição de miserável é inevitável, tal é a crença que se propagou no ocidente através da nova religião. Todos os mártires desde Jesus e seus seguidores que diziam trazer uma boa nova, nos traz por meio dos sacerdotes uma péssima noticia, viver em penúria, mais penitencia, jejum privação, escravidão por uma promessa de recompensa pós-morte,. “A verdade cristã não ultrapassou a idade dos apóstolos; o Evangelho, comentado e simbolizado por Gregos e Romanos, repleto de fábulas pagãs, tornou-se um sinal de contradição; e até hoje o reinado da Igreja Infalível apenas engendrou um grande obscurecimento.”(Proudhon).
A sociedade que se estabelece não é uma sociedade igualitária, mas sim uma sociedade com base no direito diversificado entre os entes sociais. O direito do nobre o direito do rei o direito do sacerdote e o direito do plebeu. O Rei o sacerdote e toda a classe de possuidores tinham diversos privilégios baseados em direitos de nascença e de posse e tantos quantos sua imaginação real pudesse criar, para a sustentação de tantas prerrogativas a privação e a miséria se tornaram o direito do povo. Somente em 1793 o povo se livra desse julgo e arranca a cabeça do monarca Luiz XVI, porém a falta de conhecimento e o costume fazem com que a revolta momentânea não deixe que a revolução se consolide e se opera apenas mudanças já que a derrocada da monarquia apenas do lugar a democracia e uma e o estado continua com suas instituições de poder embora de forma mais distribuído, porém não menos opressor e injusto.
O que nos aponta Proudhon é que o povo ao combater a estrutura politica não compreende a principal causa da manutenção da desigualdade social, a propriedade privada, o acumulo de capital que provoca o desequilíbrio e as diferenças sociais.
Proudhon faz uma distinção entre propriedade e posse, a posse é um direito comum a todos, a propriedade é que é uma irregularidade, se toda a sociedade e compreendida entre um acordo entre iguais o proprietário que arrenda sua propriedade e cobra do arrendatário uma porcentagem da sua produção demonstra ai o desequilíbrio e a irregularidade se torna clara. Como pode quem não trabalha se beneficiar do lucro da produção de outro, não obstante o estado e a igreja apoiam e reivindicam ter direito a parte desse lucro, recaindo sobre o trabalhador pesado fardo sobre condição de impostos, dízimos e outras modalidades e confisco. “Outrora a nobreza e o clero não contribuíam para as despesas do Estado senão a título de ajuda voluntária e doações; os seus bens eram inacessíveis mesmo para pagamento de dívidas: enquanto o plebeu, sobrecarregado de tributos e impostos era incomodado sem descanso, tanto pelos cobradores do rei como pelos dos nobres e do clero”(idem).
Com a revolta o povo sonhou com a propriedade sendo utilizada por todos assegurando o direito a terra, não compreendendo que mantinha o mesmo principio do regime que acabava de destituir, a propriedade foi mantida e colocada como coisa principal a se defender, tornando a propriedade intocável.
A organização social tem que ser livre para que a igualdade seja assegurada os meios de produção e os demais benefícios que um ajuntamento de pessoas possa proporcionar devem ser divididos da forma mais justa possível e a diferença entre as pessoas não deve existir, apoiando sua genialidade na liberdade e na igualdade os homens devem redefinir seus costumes e sua conduta moral, sem as discrepâncias proporcionadas pela propriedade privada e os privilégios econômicos que ela proporciona.
Não obstante, o proprietário reivindica o lucro o ganho sobre seus bens sem que ele próprio tenha condições de produzir sozinho o mesmo ganho que julga merecer. O direito que os ilustres proprietários querem defender não tem base na razão e na lógica quer seja econômica ou moral, a justa porção que recai sobre o proprietário não pode ultrapassar o que ele é capaz de produzir sozinho. Ora o que se prática é a oneração do trabalho alheio para suprir a ganancia e o roubo do lucro do trabalho alheio. Não há limites para as perspectivas de ganho dos patrões e arrendatários, querem ganhar dez, cem, mil ou um milhão de veze mais do que sua capacidade individual de produção. O proprietário sozinho não seria capaz de faturar nem mesmo metade do que reivindica para si, o lavrador deve arrendar a terra e pensar em como pagar o dono das terras, os impostos, o custo da produção e o dizimo da igreja.
No que diz Proudhon, “Portanto. tudo o que transaciona das mãos do ocupante para as do proprietário a titulo de lucro e como preço da licença para ocupar, é irrevogavelmente adquirido pelo segundo, perdido pelo primeiro, nada podendo voltar a este senão como doação, esmola, salário de serviços ou pagamento de mercadorias por ele entregues.”
O proprietário não apenas se apropria do produto do trabalho de quem realmente produz como exige valor e tempo específicos a fim de sanar a sua usura.
O conceito de propriedade como fonte permanente de lucro faz com que o proprietário que utiliza seu imóvel da prejuízo a si mesmo e acumula o percentual de perdas a cada mês que permanece no imóvel que deixou de alugar para aferir lucro. O pequeno proprietário core o risco de acumular dividas com impostos e obrigações com o fisco, provenientes do suposto lucro que deveria aferir caso não ocupasse sua propriedade podendo até mesmo ser tomada pelo governo por falta de pagamento dos impostos compulsórios.
O arrendatário, porém é obrigado a pagar todas às dividas provenientes do direito de propriedade com o fruto do seu trabalho, devendo pagar o que não é capaz de produzir. Como o trabalhador não consegue sanar todas as dividas as quais foi submetido , fica sujeito a adquirir empréstimos que vão se acumulando e não consegue acabar de pagar nunca. O proprietário se ausenta do trabalho mas não se distancia da propriedade, sempre atento a situação da produção pronto para exigir mais dos trabalhadores a sua disposição, no que diz Proudhon se o trabalhador pode produzir 10 o proprietário lhe exige como sua parte nos lucros 12, deixando o trabalhador sempre em divida e preso a seu contratante.
O costume e as leis não são pautados na justiça, mas na consideração da defesa da propriedade, que consome a sociedade pelos seus princípios sem lógica e suas práticas injustas. No que salienta o pensador a justiça tem como premissa irrevogável a igualdade, não apenas a igualdade de ação concomitantemente a igualdade de condições. A razão e a lógica que Proudhon lança mão definem em suma o fato concreto de que o direito ao lucro é em outras palavras o direito ao roubo, confisco e apropriação indevida do esforço e trabalho alheio.
A propriedade consome o fruto do trabalho por usura e não por necessidade, e esgota o trabalhador impossibilitando seu progresso, o que define a sociedade com base na propriedade como inviável no que toca a justiça e a igualdade. “A propriedade é impossível; a igualdade não existe. A primeira nos é odiosa e queremos destrui-la: a segunda absorve todos os nossos pensamentos e não sabemos concretizá-la.”
Para que se estabeleça igualdade de direitos e deveres a liberdade deve ser o ponto de partida a convergência social, a liberdade deve ser a base da sociedade não a propriedade. A distinção feita por Proudhon entre propriedade e posse demonstra sua compreensão sobre o uso da terra, a terra deve ser de quem nela produz, bem como as fábricas e os meios de produção aos que deles fazem uso, e engrandecem a sociedade com seus resultados. A presença do proprietário é a de um ser estranho e de certa forma uma abstração surreal do processo produtivo.
Conclusão
A essência da organização social é a liberdade, e a única forma de assegurar a justiça e a igualdade social tornando equânime as relações entre os entes sociais e possibilitando uma comercialização justa entre os centros urbanos e os trabalhadores agrícolas. O apoio mutuo consolidando as relações entre as nações federadas de acordo com as condições de cada uma, compartilhando os entendimentos as tecnologias e os bens de produção fomentando o desenvolvimento coletivo. De modo que a justa proporção seja a medida da troca e que não haja acumulo de riquezas desnecessárias a economia, que nenhum ligar tenha mais do que necessita e que não tenha carência em nenhuma região e que ninguém passe por dificuldades em detrimento do luxo de alguns poucos. “A propriedade e a realeza estão em decadência desde o principio do mundo; como o homem procura a justiça na igualdade, a sociedade procura a ordem na anarquia”(ibidem). É essa a proposta de Proudhon como organização social, tendo o homem como medida para a constituição de uma ordem social justa e igualitária, sem mestres ou patrões senhores ou lideres, apenas a sociedade sendo autogestionada e a vontade popular sendo efetivamente aplicada sem intermediação ou imposição de grupos ou pessoa exercendo o poder do estado e de suas instituições.
A posse deve ser individual, nos indica Proudhon, o que torna a propriedade ilegal ação que por si só modifica todas as relações econômicas da sociedade, tornando mais justa a distribuição de terras e moradias, proporcionando a todos de forma igual o direito de ocupar variando de acordo com o numero de ocupantes na intenção de impossibilitar a propriedade, o trabalho passa a ser um dever de todos e o resultado do emprego dessa força de trabalho passa a ser propriedade coletiva. No que conclui, o trabalho acaba com a propriedade e a exploração do homem pelo homem. As transações comerciais devem se feitas na medida da troca do produto pelo produto, impossibilitando uma renda desproporcional nas transações comerciais, toda troca dever ser feita de forma livre e equivalente entre os interessados, observando essas condições a desproporcional diferença entre ricos e pobres deixara de existir e problemas como a escassez de alimentos será coisa do passado. “Os homens estão associados pela lei física e matemática da produção antes de o serem pelo seu pleno acordo: portanto, a igualdade de condições é justa, quer dizer, de direito social; a estima, a amizade, o reconhecimento apenas de direito equitativo ou proporcional.”(ibidem)
O homem sozinho não produz nem mesmo para suprir todas as suas necessidades, mas em grupo ultrapassa as necessidades econômicas.
Por intermédio de livre associação e cooperação mutua com a manutenção da igualdade de direitos e deveres preservando a liberdade individual é, com efeito, a única maneira de se promover uma sociedade justa e igualitária.
Não existe possibilidade de justiça em uma sociedade onde a base econômica é a propriedade e a desigualdade produzida por essa forma de economia que gera pobreza e riqueza de forma diretamente proporcional, o governo de poucos sobre os demais é mantido pela ação violenta do estado e de suas instituições. A organização social deve ser pautada em uma politica de liberdade e igualde que terá como consequência justiça social, a busca por uma sociedade perfeita tem como base de apoio a fusão entre a ordem e a anarquia.
Paulo Santos
sexta-feira, 24 de junho de 2011
Mikhail Bakunin
Escrito : 1871;
Fonte : Bakunin sobre a anarquia , traduzido e editado por Sam Dolgoff, 1971.
Fonte : Bakunin sobre a anarquia , traduzido e editado por Sam Dolgoff, 1971.
Homem, Sociedade e Liberdade é tirado de um inacabado, a nota longa The-germânico Knouto ea Revolução Social , na verdade, escrita por colaboradores próximos de Bakunin Carlo Cafiero e Élisée Reclus em 1871, o mesmo trabalho a partir da qual Deus eo Estado é tomada.
Os liberais doutrinários, o raciocínio das premissas da liberdade individual, colocam como os adversários do Estado. Entre aqueles que afirmam que o governo, ou seja, o corpo de funcionários organizados e designados para exercer as funções do Estado é um mal necessário, e que o progresso da civilização consiste em sempre e continuamente diminuindo os atributos e os direitos dos Estados , são inconsistentes. Essa é a teoria, mas na prática esses mesmos liberais doutrinários, quando a existência ou a estabilidade do Estado está seriamente ameaçada, são tão fanáticos defensores do Estado como são os monarquistas e jacobinos.
Sua adesão ao Estado, o que contradiz frontalmente suas máximas liberais, pode ser explicado de duas maneiras: na prática, seus interesses de classe faz a imensa maioria dos liberais doutrinários membros da burguesia. Este numeroso e respeitável classe demanda muito, só por si, os direitos e privilégios exclusivos da licença completa. A base sócio-econômico de sua existência política repousa sobre nenhum outro princípio que a licença livre, expressa em frases famosas do laissez faire e laissez aller . Mas eles querem que essa anarquia só por si, não para as massas, que deve permanecer sob a severa disciplina do Estado, porque eles são "demasiado ignorante para apreciar essa anarquia, sem abusar dela." Porque, se as massas, cansado de trabalhar para os outros, deve rebelde, o burguês edifício inteiro entraria em colapso. Sempre e em toda parte, quando as massas estão inquietos, mesmo os mais entusiásticos liberais imediatamente inverter-se e se tornar o campeão mais fanáticos da onipotência do Estado.
Além desta razão prática, há ainda uma outra de natureza teórica, que também leva até mesmo os liberais mais sincero de volta para o culto do Estado. Consideram-se liberais porque sua teoria sobre a origem da sociedade é baseada no princípio da liberdade individual, e é precisamente por isso que eles devem inevitavelmente reconhecer o direito absoluto [soberania] do Estado.
Segundo eles a liberdade individual não é uma criação, um produto histórico da sociedade. Sustentam, ao contrário, que a liberdade individual é anterior a toda a sociedade e que todos os homens são dotados por Deus com uma alma imortal. O homem é, portanto, uma sociedade ser completo, absolutamente independente, além de e fora. Como um agente livre, anterior e para além da sociedade, ele necessariamente faz sua sociedade por um ato voluntário, uma espécie de contrato, seja consciente ou instintiva, tácito ou formal. Em suma, de acordo com esta teoria, os indivíduos não são o produto da sociedade, mas, pelo contrário, são levados a criar uma sociedade por alguma necessidade, como o trabalho ou a guerra.
Decorre desta teoria que a sociedade, estritamente falando, não existe. A sociedade humana natural, o início de toda a civilização, o ambiente único em que a personalidade ea liberdade do homem é formado e desenvolvido, não existe para eles. Por um lado, essa teoria só reconhece a auto - suficientes indivíduos que vivem em isolamento e, por outro lado, só uma sociedade arbitrariamente criadas por eles e com base apenas em um ou seja formal ou tácita do contrato, para o Estado. (Eles sabem muito bem que nenhum Estado em toda a história foi criada por contrato, e que todos os estados foram estabelecidas pela conquista e violência).
A massa de indivíduos de quem o Estado é visto como composto de acordo com esta teoria, que é particularmente cheio de contradições.Cada um deles é considerado, por um lado, uma alma imortal, dotado de livre arbítrio. Todos são seres desimpedida até se totalmente suficiente e precisa de nenhuma outra pessoa, nem mesmo Deus, pois, ser imortal, são eles próprios deuses. Por outro lado, eles são brutais, fraco, imperfeito, limitado e totalmente sujeito às forças da natureza que as englobam e mais cedo ou mais tarde, levá-los para suas sepulturas ....
Sob o aspecto da sua existência terrena, a massa dos homens apresentam tão triste e degradante espectáculo, tão pobre no espírito, na vontade e iniciativa, que é preciso ser dotado de uma capacidade verdadeiramente grande para a auto - ilusão, para detectar neles uma alma imortal, nem o menor traço de livre vontade. Eles parecem ser absolutamente determinado: determinado pela natureza exterior, pelas estrelas, e por todas as condições materiais de vida, determinada por leis e por todo o mundo das idéias ou preconceitos elaborados nos séculos passados, todos os que se encontram prontos para assumir a sua vida ao nascimento. A imensa maioria das pessoas, não só entre as massas ignorantes, mas também entre as classes privilegiadas e civilizada, pensam e querem somente o que todos mais em torno deles pensa e quer. Eles, sem dúvida, acredito que eles pensem por si mesmos, mas eles só são servilmente repetir de forma mecânica, com pequenas modificações, os pensamentos e propósitos do conformistas outros que imperceptivelmente absorver. Este servilismo, essa rotina, essa ausência perene da vontade de revolta e essa falta de iniciativa e independência de pensamento são as principais causas para a lentidão, o desenvolvimento histórico da humanidade desolada. Para nós, materialistas e realistas que não acreditam em imortalidade da alma, nem no livre arbítrio, esta lentidão, tão desastrosa quanto pode ser, é um fato natural. Emergindo do estado do gorila, o homem somente com grande dificuldade, atingir a consciência de sua humanidade e sua liberdade .... Ele nasceu uma besta feroz e um escravo, e tem vindo a humanizada e emancipou-se somente na sociedade, que é necessariamente anterior ao nascimento de seu pensamento, seu discurso e sua vontade. Ele pode conseguir essa emancipação só através do esforço coletivo de todos os membros, passado e presente, da sociedade, que é a fonte, o início natural de sua existência humana.
O homem percebe completamente a sua liberdade individual, bem como a sua personalidade apenas por meio dos indivíduos que o cercam, e só graças ao trabalho e ao poder colectivo da sociedade. Sem ele, certamente a sociedade são os mais estúpidos e os mais miseráveis dentre todos os outros animais ferozes .... A sociedade, longe de diminuir a sua liberdade, pelo contrário cria a liberdade individual de todos os seres humanos. A sociedade é a raiz, a árvore, ea liberdade é o seu fruto. Assim, em cada época, o homem deve procurar sua liberdade, não no começo, mas no final da história. Pode-se dizer que a emancipação real e completa de cada indivíduo é o verdadeiro, o grande objectivo supremo da história ....
O materialista. concepção realista e coletivista da liberdade, ao contrário do idealista, é esta: O homem se torna consciente de si e da sua humanidade só na sociedade e somente pela ação coletiva de toda a sociedade. Ele se liberta do jugo da natureza externa somente pelo trabalho coletivo e social, a única que pode transformar a Terra em uma morada favorável ao desenvolvimento da humanidade. Sem a emancipação material a emancipação intelectual e moral do indivíduo é impossível. Ele pode emancipar-se do jugo de sua própria natureza, isto é, subordinados seus instintos e os movimentos de seu corpo para a direção consciente de sua mente, cujo desenvolvimento é promovido apenas pela educação e formação. Mas a educação ea formação são eminentemente e exclusivamente social ... portanto, o indivíduo isolado não pode tornar-se consciente de sua liberdade.
Para ser livre ... significa ser reconhecido e tratado como tal por todos os seus semelhantes. A liberdade de cada indivíduo é apenas o reflexo da sua própria humanidade, ou o seu direito humano através da consciência de todos os homens livres, seus irmãos e iguais.
Eu posso sentir livre somente na presença e na relação com outros homens. Na presença de uma espécie inferior de animal não sou nem livre, nem homem, porque este animal é incapaz de conceber e, consequentemente, reconhecer minha humanidade. Eu não estou me livre ou humana, ou até menos que eu reconheça a liberdade ea humanidade de todos os meus semelhantes.
Só em respeitar o seu carácter humano que eu respeito a minha própria. Um canibal que devora seus prisioneiros ... não é um homem, mas uma besta. Um proprietário de escravo não é um homem, mas um mestre. Ao negar a humanidade de seus escravos, ele também anula a sua própria humanidade, como a história de todas as sociedades antigas prova. Os gregos e os romanos não se sentir como homens livres. Eles não se consideram como tal pelo direito humano. Eles acreditavam em privilégios para os gregos e romanos e somente para seus próprios países, enquanto permaneceu invicto e conquistou outros países. Porque eles acreditavam estar sob a proteção especial de seus deuses nacionais, eles não sentem que têm o direito de se revoltar ... e caíram para a escravidão ....
Estou verdadeiramente livres apenas quando todos os seres humanos, homens e mulheres, são igualmente livres. A liberdade de outros homens, longe de negar ou limitar a minha liberdade, é, pelo contrário, a premissa necessária e sua confirmação. É a escravidão de outros homens que configura uma barreira à minha liberdade, ou o que equivale à mesma coisa, é a sua bestialidade, que é a negação da minha humanidade. Para a minha dignidade como homem, meu direito humano, que consiste em se recusar a obedecer a qualquer outro homem, e determinar de meus próprios atos, em conformidade com as minhas convicções é refletida pela consciência igualmente livre de todos e confirmou com o consentimento de toda a humanidade. Minha liberdade pessoal, confirmada pela liberdade de todos, estende-se até ao infinito.
A concepção materialista da liberdade é, portanto, uma coisa muito positiva, muito complexa, e acima de tudo, de cunho eminentemente social, porque só pode ser realizado na sociedade e pela estrita igualdade ea solidariedade entre todos os homens. Pode-se distinguir os elementos principais na obtenção da liberdade. A primeira é eminentemente social. É o pleno desenvolvimento de todas as faculdades e poderes de cada ser humano, pela educação, pela formação científica, e pela prosperidade material, coisas que só podem ser fornecidos para cada indivíduo pela, material coletivo, manual, intelectual e trabalho sedentário da sociedade em geral.
O segundo elemento da liberdade é negativa. É a revolta do indivíduo contra tudo divino, coletivas e individuais autoridade.
A primeira revolta contra a tirania é supremo da teologia, do fantasma de Deus. Enquanto nós temos um Senhor no céu, seremos escravos na terra. Nossa razão e nossa vontade será igualmente anulada. Enquanto acreditamos que devemos obedecer incondicionalmente - e vis - à - vis a Deus, não a obediência é possível outra - que deve necessariamente submeter passivamente, sem a menor reserva, a autoridade sagrada de seus agentes consagrados e consagradas, messias, profetas, divinamente inspirado os legisladores, imperadores, reis e todos os seus funcionários e ministros, representantes e servos consagrados das duas maiores instituições que se impõem sobre nós, e que são estabelecidas pelo próprio Deus para governar sobre os homens, ou seja, a Igreja e do Estado. Toda a autoridade temporal ou humana decorre directamente do espiritual e / ou a autoridade divina. Mas a autoridade é a negação da liberdade. Deus, ou melhor, a ficção de Deus, é a consagração ea origem intelectual e moral de toda a escravidão na terra, e da liberdade da humanidade, nunca será completo até que a ficção desastrosa e insidiosa de um mestre celeste é aniquilada.
Este é, naturalmente, seguido pela revolta contra a tirania dos homens, indivíduo, bem como social, representada e legalizada pelo Estado.Neste ponto, devemos fazer uma distinção muito rigorosa entre o funcionário e prerrogativas, por conseguinte ditatorial da sociedade organizada como um estado, e da influência natural ea ação dos membros de uma sociedade não-oficiais, não-artificial.
A revolta contra esta sociedade natural é muito mais difícil para o indivíduo que é contra a sociedade organizada oficialmente do Estado. Social tirania, muitas vezes esmagadoras e perniciosa, não assume o caráter violento imperativo do despotismo legalizado e formalizado que marca a autoridade do Estado. Não é imposta sob a forma de leis para que cada indivíduo, sob pena de punição judicial, é obrigado a submeter-se. A ação da tirania social é mais suave, mais insidiosa, mais imperceptível, mas não menos poderosa e penetrante que é a autoridade do Estado. Ele domina os homens pelos serviços aduaneiros, de costumes, a massa de preconceitos, pelos hábitos de vida diária, que se combinam para formar o que se chama opinião pública.
Ele domina o indivíduo desde o nascimento, Ele permeia todas as facetas da vida, para que cada indivíduo é, muitas vezes inconscientemente, em uma espécie de conspiração contra si mesmo. Daqui resulta que a revolta contra essa influência que exerce sobre a sociedade, naturalmente, ele deve pelo menos em certa medida revolta contra si mesmo. Para, em conjunto com todas as suas tendências naturais e materiais, intelectuais e aspirações morais, ele próprio é nada, mas o produto da sociedade, e é nisso que o imenso poder exercido pela sociedade sobre o indivíduo se encontra.
Do ângulo da moralidade absoluta, ou seja, do respeito humano, esse poder da sociedade pode ser beneficente e também pode ser prejudicial.É benéfico quando se tende para o desenvolvimento da ciência, da prosperidade material, da liberdade, igualdade e solidariedade. É pernicioso quando tende na direção oposta. Um homem nascido em uma sociedade de brutos tende a ficar um bruto; nascido em uma sociedade dominada pelos padres, ele se torna um idiota, um hipócrita moralista, nascido em um bando de ladrões, ele provavelmente vai se tornar um ladrão, e se ele é, infelizmente, nascido em uma sociedade de semideuses que governam esta terra, nobres, príncipes, ele se tornará um escravizador desprezível da sociedade, um tirano. Em todos estes casos, revolta contra a sociedade em que ele nasceu é indispensável para a humanização do indivíduo.
Mas, repito, a revolta do indivíduo contra a sociedade é muito mais difícil do que a revolta contra o Estado. O Estado é uma instituição histórica transitória, como seu irmão instituição, a Igreja, o regulador dos privilégios de uma minoria e os escravizadores real da imensa maioria.
Revolta contra o Estado é muito menos difícil porque há algo na própria natureza do Estado que provoca revolta. O Estado é , a força de autoridade. É a ostentação e paixão com força. Não se insinuar. Ele não pretende converter, e se às vezes meliorates sua tirania, ele faz isso com a graça de mau. Por sua natureza não é persuadir, mas de se impor pela força. Quaisquer dores leva a máscara em si, é, por natureza, o infrator legal da vontade dos homens, o negador permanente de sua liberdade. Mesmo quando o Estado comanda o bem que traz à tona o mal, para cada comando dá um tapa na cara da liberdade, pois quando a mercadoria for decretada, torna-se mal do ponto de vista da moralidade humana e da liberdade. Liberdade, da moralidade e da dignidade da pessoa humana consiste precisamente nisto: que ele faça o bem, não porque ele é forçado a fazê-lo, mas porque ele livremente concebe, quer e ama.
A autoridade da sociedade é imposto arbitrariamente ou não oficialmente, mas naturalmente. E é por causa deste fato que seu efeito sobre o indivíduo é incomparavelmente muito mais poderosa que a do Estado. Ele cria e molda a todos os indivíduos em seu meio. Passa-se a eles, lentamente, a partir do dia de nascimento até a morte, todos os seus materiais, intelectuais, morais e características. A sociedade, por assim dizer, se individualiza em cada indivíduo.
O indivíduo é real desde o momento da sua gestação no ventre de sua mãe já está predeterminado e particularizado por uma confluência de influências geográficas, climáticas, etnográficas, higiênico e econômico. que constituem a natureza de sua família, sua classe, sua nação, sua raça.Ele é moldado de acordo com suas aptidões através da combinação de todas essas influências exteriores e físicas. O que é mais, graças à organização relativamente superior do cérebro humano, cada indivíduo herda ao nascimento, em graus diferentes, não as idéias e os sentimentos inatos, como o
idealistas afirmam, mas apenas a capacidade de sentir, de querer, de pensar e falar. Há faculdades rudimentares e sem conteúdo. De onde vem o seu conteúdo? Da sociedade ... impressões, fatos e acontecimentos fundiram-se em padrões de pensamento, certo ou errado, são transmitidas de um indivíduo para outro. Estes são modificados, expandidos, mutuamente complementada e integrada por todos os membros individuais e grupos da sociedade em um sistema único, que finalmente constitui a consciência comum, o pensamento coletivo de uma sociedade. Tudo isso, transmitida pela tradição de uma geração a outra, desenvolvida e ampliada pelo trabalho intelectual dos séculos, constituem o patrimônio intelectual e moral de uma nação, uma classe, e de uma sociedade ... .
Cada nova geração após atingir a idade madura do pensamento encontra em si e na sociedade as idéias estabelecidas e as concepções que servem como ponto de partida, dando-lhe, por assim dizer, a matéria-prima para o seu próprio trabalho intelectual e moral ... . Estas são as concepções da natureza, do homem, da justiça, dos direitos e dos direitos de indivíduos e classes, das convenções sociais, da família, da propriedade e do Estado, e muitos outros fatores que afetam as relações entre os homens. Todas essas idéias são impressas na mente do indivíduo, e condicionada pela educação e formação que recebe, mesmo antes de se tornar plenamente consciente de si mesmo como uma entidade. Muito mais tarde, ele reencontra-los, consagrada e explicou, elaborado pela teoria, que expressa a consciência universal ou a preconceitos coletivos dos religiosos, políticos e instituições econômicas da sociedade a que pertence. Ele próprio é tão imbuídos desses preconceitos que ele é, involuntariamente, por força de todos os seus hábitos intelectuais e morais, o defensor dessas iniqüidades, mesmo que ele não estava pessoalmente interessado em defendê-los.
Certamente não é surpreendente que as idéias passadas pela mente coletiva da sociedade deve ter tão grande realizar uma sobre as massas de pessoas, que é surpreendente, pelo contrário, é que existem entre os indivíduos massas que têm ideias, o vontade e coragem de ir contra a corrente de conformidade. Relativamente à pressão da sociedade sobre o indivíduo é tão grande que não há nenhuma personagem tão forte, nem uma inteligência tão poderosa quanto a ser totalmente imune a essa influência despótica e irresistível ... .
Nada demonstra a natureza social do homem do que essa influência. Pode-se dizer que a consciência coletiva de qualquer sociedade, encarnado em grandes instituições públicas, em todos os detalhes da vida privada, serve como base de todas as suas teorias. Ela constitui uma espécie de atmosfera intelectual e moral: prejudicial que possa ser, mas absolutamente necessárias para a existência de todos os seus membros, a quem domina enquanto sustentá-los, e reforçando a banalidade, a rotina, que une a grande maioria dos massas.
O maior número de homens, e não apenas as massas de pessoas, mas as classes privilegiadas e esclarecido ainda mais, sentir pouco à vontade, a menos que fielmente se conformar e seguir a tradição e de rotina. em todos os atos de sua vida. Eles argumentam que "Nosso pai pensou e agiu dessa maneira, por isso devemos pensar e fazer o mesmo. Todo mundo pensa e age dessa forma. Por que devemos pensar e agir de outra forma? "
quinta-feira, 23 de junho de 2011
Sartre e a ética Existencialista
Introdução
A obra de Sartre soa como um desabafo a criticas ao seu pensamento e sua condição de ateu, em um primeiro momento rebate algumas criticas sofrida por ele e aponta alguns erros de interpretação se suas considerações em relação ao sua filosofia existencialista.
As questões levantadas pelo filosofo toma corpo na sua interpretação do humanismo e da condição do homem de ser livre, bem como da total responsabilidade por suas escolhas, descartando assim qualquer condicionante que vincule o homem a um destino traçado por um ser superior ou um sistema prescrito da trajetória humana. Assim sendo a ética humana tem que ser formatada pelos valores formados pelo homem e fruto de sua própria criação, suas experiências e escolhas. O que torna muito interessante suas considerações e um campo muito promissor para reflexões filosóficas.
Sartre e a ética existencialista
As preocupações de Sartre sobre a condição do homem enquanto ser ético e como ele compõe sua conduta passam pela análise de duas questões principais expostas em sua obra O existencialismo é um humanismo. Primeiro nos apresenta uma definição do que é o humanismo e de como as diversas vertentes de pensamento politico e religioso se ligaram e esse termo e de alguma maneira formaram uma definição de humanismo que se pretende universal. Em seguida faz uma defesa a sua concepção filosófica e liga suas considerações ao humanismo focando a liberdade e a condição do homem como ser livre e responsável por suas ações.
A defesa feita por Sartre ao existencialismo por ele elaborado é até certo ponto interessante do ponto de vista filosófico visto a questão levantada por esse pensador na medida em que propõe uma maneira de construir valores universais para o homem partindo de uma configuração autônoma e independente de dogmas e crenças coletivas.
“(..) Ao afirmarmos que o homem se escolhe a si mesmo, queremos dizer que cada um de nós se escolhe, mas queremos dizer também que, escolhendo-se, ele escolhe todos os homens. (...) Escolher ser isto ou aquilo é afirmar, concomitantemente, o valor do que estamos escolhendo(...) queremos existir ao mesmo tempo que moldamos nossa imagem essa imagem é válida para todos e para toda a nossa época. Portanto, a nossa responsabilidade é muito maior do que poderíamos supor, pois ela engaja a humanidade inteira.” (Sartre).
O homem livre de amarras e condicionantes seculares se vê responsável pelos seus atos e escolhas sem ter a quem recorrer ou culpar pelos acertos ou erros até que venha ocorrer. Essa é condição imposta por Sartre e é , em grande medida, resultante de seu pensamento desprovido de compromisso com a religiosidade tornando um pensamento muito mais voltado a perseguir a verdade, sem condicionantes dogmáticas. O que chama atenção é sua relutância em se desvincular da crença marxista composta de preconceitos e valores tão permissivos a construção de um pensamento autônomo e livre quanto os dogmas cristãos. O materialismo marxista é muito mais fé do que fato cientifico, e se a proposição de Sartre é a formação de uma condição humana pautada na escolha do homem livre de crenças, a primeira ação é imolar um a um os preconceitos que nos impuseram até aqui, incluso o marxismo.
Conclusão
O homem é livre para fazer suas escolhas, seus valores são sem duvida moldados pelas suas necessidades, vontades e experiências, porém a vontade do homem tem sem duvida vetores que inferem de forma diversa na sua formatação. O que possivelmente Sartre definiria como casualidades, o que não pode ser tida como constantes atemporais, o que impossibilita a fixação de um curso histórico como agente formador de valores universais. Talvez o “inconsciente coletivo” de Reich traga mais luz a essa questão do que o “materialismo histórico” de Marx jamais poderia. O ser livre implica problemas éticos que o sistema formado através da ótica da exploração do homem pelo homem não tem competência para compreender.
Não obstante, a leitura dessa obra traz a possibilidade de situar o homem como um ser independente de condição temporal na formação de seus valores morais, a sua liberdade tem uma característica contingente permanente, não estando ligada ao passado nem ao futuro o que lhe proporciona uma probidade constante e iminente. Os atos do homem e seus valores são fruto de suas escolhas e não do destino ou de deus, essa é a condenação a liberdade que se refere Sartre. A responsabilidade que o existencialismo de Sartre põe em evidencia demonstra o tamanho da responsabilidade que tem o homem ao assumir sua condição de ser livre, no que diz: “(..)Sou desse modo, responsável por mim mesmo e por todos e crio determinada imagem do homem por mim mesmo escolhido; por outras palavras: escolhendo-me, escolho o homem”(Idem). O homem livre se reinventa e faz suas próprias escolhas, rasgando assim o véu de Maya e assumindo sua condição natural de ser que precede a essência, ou seja, o único ser que se faz após sua existência constrói seus valores e sua essência.
Referencias bibliográficas
Sartre, J. P. O existencialismo é um humanismo. Os pensadores. São Paulo. Ed. Abril Cultural, 1978.
sábado, 18 de junho de 2011
Anarquismo
Anarquismo, (anarkhos), sem governantes.
O anarquismo é a máxima expressão da ordem, e não a ausência de ordem.
O principal enfoque do ideário anarquista é a capacitação dos indivíduos, para a auto-gestão.
Para que os indivíduos possam ser livres e tenham condições de exercer sua liberdade de forma igualitária e justa, em uma sociedade com bases e princípios anarquistas se faz necessário a instrução integral.
A sociedade para se organizar de forma anárquica tem que ser composta de pessoas competentes e dispostas a condusir e gerir suas vidas sem delegar a outros essa tarefa inalienável. Porém para executar qualquer taref a se faz necessário o conhecimento o saber como, e é essa a tarefa da pedagogia libertária.
Pedagogia é uma palavra de origem grega que significa condução de criança.
Pedagogia é em nossos dias, a ciência que trata dos assuntos que dizem respeito à educação.
A pedagogia anarquista denuncia a escola atual como reprodutora dos intereses da igreja e do estado, e propõe uma renovação nos métodos de ensino.
A construção de uma nova sociedade apoiada na liberdade individual e na responsabilidade de cada um, para fomentar as melhores condições de vida para todos, tem como principio a liberdade a igualdade e sobre tudo a ordem. Autoridade sem autoritarismo, a cada um segundo sua necessidade e a cada um de acordo com sua capacidade, são algumas das máximas do anarquismo, e somente através da educação e integral e universal podemos alcançar uma sociedade mais justa e igualitária.
Razão e Fé
Os valores sociais e os entendimentos de cada agente social é algo subjetivo, o modo de pensar das pessoas é formado tanto pelas suas particularidades como pelas crenças. Não há como interferir na fé das pessoas. “A fé é o firme fundamento das coisas que não existem e do que ainda estar por vir” (Hebreus 11:01).
A ciência tem que andar desassociada da fé. Não é da competência da razão discernir ou defender a fé.
Para Tomas de Aquino a fé melhora as considerações que são alcançadas pela razão, já que os conhecimentos racionais não são perfeitos e necessitam da fé para melhorá-los. O que influenciou o pensamento de usa época, muito em ora proporcionou a condição de se pensar o mundo através da razão com objetivos concretos, visto que Tomas de Aquino admita a existência de um conhecimento humano.
Reafirmo que compreendo que a distinção feita por Tomas de Aquino é apenas na linguagem e na metodologia, mas o propósito de afirmar a fé compromete a construção racional de suas idéias.
Posteriormente Immanuel Kant, filosofo contemporânea, nos diz que razão constrói nosso conhecimento a partir de considerações extraídas do mundo ao nosso redor através de nossos sentidos, bem como de considerações e teorias anteriormente desenvolvidas a qual passamos a ter contato, o que Kant chama de categorias do conhecimento que são as que formulam as leis da razão.
“É o próprio espírito que, graças às suas estruturas a priori, constrói a ordem do universo. Tudo o que nos aparece bem relacionado na natureza, foi relacionado pelo espírito humano.” (Immanuel Kant).
Para os pensadores contemporâneos a fé em nada acrescenta para o desenvolvimento do conhecimento. Somente através da razão e de do rigor da analise cientifica se estabelece o conhecimento que tenha de fato compromisso com a verdade.
P.R.S.Santos
Conhecimento filosófico e senso comum.
A diferença entre conhecimento filosófico e o senso comum é que o conhecimento filosófico promove conhecimento através de métodos criteriosos, somente través de observação experimentação e um esforço de reflexão sobre as hipóteses o conhecimento filosófico anuncia suas premissas e proposições. O senso comum apenas se vale do costume da cultura ou do empirismo para afirmar e considerar suas afirmações como verdadeiras. O conhecimento promovido pelo senso comum geralmente é definido através de ideologias e dogmas que, muitas vezes, não se sustentam sobre a ótica de uma critica mais atenta e desprendia da de preconceitos. O senso comum é promovido e mantido por ideologias, religiões, costume e culturas que não tem a preocupação em verificar ou criticar as afirmações e verdades estabelecidas e tidas como conceitos universais.
Segundo Pierre-joseph Proudhon (Filosofia da Miséria), se nós realmente queremos aprender alguma coisa de fato, devemos primeiro imolar um a um os preconceitos que nos ensinaram até aqui.
Paulo Santos
O que é o homem?
A questão “o que é o homem” é um assunto de profunda discussão na história da filosofia, diversos pensadores propuseram definições e conceitos em relação a esse tema, o que é o homem?.
Segundo Henrique Vaz, a definição do homem esta alinhada através de um discurso filosófico que abrangem algumas categorias que somam a união de corpo e espírito. Existem as categorias somáticas, psíquicas e espirituais. As categorias são estruturais (corpo, psiquismo e espírito), de relações (objetivo, inter-subjetividade e transcendência), e a unidade (realização e pessoa).
O homem é em si através das suas faculdades somáticas, suas estruturas psíquicas e espirituais, o homem é em si mesmo, em sua relação com o mundo, nas suas relações com os outros e na sua reflexão com o transcendente. Porém é a sua forma natural de ser humano que cria a sua expressão do ser para os homens.
A característica principal do que é o homem, é sua racionalidade, o animal racional.
O ser que pensa que avalia que raciocina.
O homem possui a capacidade de deliberar suas vontades e de qualificar seus entendimentos. Somente o homem pode escolher as suas ações futuras e elaborando escolhas contingentes, o que pode ser melhor ou pior para si. As decisões as atividades que o homem toma esta relacionada com sua racionalidade sua capacidade de memorizar e comparar suas atividades no passado e projetar o futuro. As relações do homem como ser social parte do exercício dessa racionalidade e de suas escolhas para si e para os que com ele interagem.
Paulo Santos.
Os conceitos
Os conceitos e idéias que temos sobre as coisas são formados de diferentes formas e por diferentes motivos, alguns pensadores afirmaram que as ideologias são formadas pelo interesse da classe social que possui o poder político e econômico. Entretanto, os costumes e os hábitos são fortes agentes que influenciam nossas opiniões e conspiram para elaborar nossos valores e códigos de conduta.O que influem em grande medida na concepção ideológica e na elaboração dos conceitos no meio social.
Em geral o cidadão comum não questiona as regras e procura estar sempre em conformidade com as leis e os costumes.,
Questionar a existência de Deus ou a veracidade de qualquer lei é uma atividade compreendida como subversiva e errada na maioria das vezes, ou pelo menos uma prática incomum.
O senso comum é um agente colaborador para que os costumes e métodos de dominação, seja cultural político ou econômico, se perpetuem. Quando Sócrates é condenado à morte ele ousou questionar o senso comum, o costumes e as leis de sua época, o que causa horror para quem não possui senso critico ou não permite que se pense sobre as leis "imutáveis e universais".
A diferença entre o conhecimento filosófico e o senso comum é que o conhecimento filosófico promove conhecimento através de métodos criteriosos, somente través de observação experimentação e um esforço de reflexão sobre as hipóteses o conhecimento filosófico anuncia suas premissas e proposições. O senso comum apenas se vale do costume da cultura ou do empirismo para afirmar e considerar suas afirmações como verdadeiras. O conhecimento promovido pelo senso comum geralmente é definido através de ideologias e dogmas que, muitas vezes, não se sustentam sobre a ótica de uma critica mais atenta e desprendia da de preconceitos. O senso comum é promovido e mantido por ideologias, religiões, costume e culturas que não tem a preocupação em verificar ou criticar as afirmações e verdades estabelecidas e tidas como conceitos universais.
Segundo Pierre-joseph Proudhon (A filosofia da miséria), se nós realmente queremos aprender alguma coisa de fato, devemos primeiro imolar um a um os preconceitos que nos ensinaram até aqui. Possibilitando assim esclarecer o que realmente tem valor e o que nos foi imposto através dos pré-conceitos.
Arthur schopenhauer acreditava que o mundo se forma a nossa vontade, através das interpretações que fazemos dele. Ora uma arvore não tem consciência de que é arvore, mas a tornamos uma arvore e não uma pedra , quando olhamos e sentenciamos , isto é uma arvore.
Mas onde reside a verdade de nossa afirmação, como podemos nos certificar que estamos constatando uma verdade universal um axioma e não um equivoco ou um erro de interpretação.
Acredito que é ai que a filosofia encontra a sua missão mais árdua, a vigilância constante para uma crítica aguda e rigorosa sobre as proposições e saberes anunciados pela ciência. Algo que não é preocupação do censo comum.
Nietzsche nos alerta sobre como os valores são construídos, e como tendemos a aceitar determinados valores sem questionar. E como nossas verdades podem ser apenas compreensões singulares de uma realidade múltipla e diversificada, tanto no entendimento devido às diversificações culturais como nos históricos. E mesmo que venhamos a analisar pesquisar e estabelecer critérios para avaliar os conceitos e proposições pode estar incorrendo em erro se a base de nossa formação esta na cultura que vivemos e atrelada a um momento histórico e social.
Nietzsche diz que devemos ir alem do bem e do mal, olhar a causa e analisar as estruturas, para formar uma opinião mais acertada ou mais próxima da verdade.
P.R.S. Santos
O sistema capitalista e o Anarquismo
Como todo sistema de organização social o sistema capitalista foi formado por uma série de acontecimentos e eventos históricos que culminaram na sua formação e consolidação. A cultura e o modo de desenvolvimento das civilizações ocidentais encontraram um ambiente favorável para o surgimento do capitalismo.
A origem do capitalismo esta na passagem da idade média para a idade moderna. Na idade média os modelos de organização social eram imperialistas, monarquistas ou outros tipos de tiranias cuja economia era basicamente agrícola e tanto o direito como as obrigações sociais estavam estreitamente ligadas à cultura e a religião. A terra era o bem mais valioso na idade média e o ouro e a prata a moeda de maior aceitação e valor reconhecido, visto que a prática do escambo era a forma mais comum de comercializar os produtos de consumo, a terra era o meio mais comum de acumular riquezas. As cruzadas com suas grandes expedições e espoliações traz para a Europa um imenso acumulo de riquezas e fortalece por outro lado o fluxo de comercio entre os outros países.
Com o mercantilismo e a possibilidade de se fazer grandes fortunas, o ambiente econômico sofre uma grande mudança. Nos séculos XIII e XIV com o surgimento dos grandes centros urbanos aparece uma nova classe social, os comerciantes e habitantes dos burgos, essa classe comerciante passa a obter grandes lucros através da exploração do comercio.
Por outro lado surgem os cambistas e os banqueiros, devido às rotas comerciais sofrerem com muitos assaltos, os banqueiros eram de grande serventia para os comerciantes e seus lucros estavam relacionados na circulação da moeda na troca e na guarda dos valores, em uma economia efervescente. Onde se principia o conceito e a cultura do lucro, acúmulo de riquezas. Que até então era algo condenável pela igreja que tinha forte influencia na política e na economia durante a idade média. O controle dos sistemas de produção e expansão dos negócios são os próximos passos dessa economia insurgente.
Nos séculos XVI ao XVIII, as grandes expedições marítimas, proporcionadas pelos nobres e os governos da época, fomentam o acumulo de capital. O cumulo de capital (ouro e prata), modifica a forma de troca inserindo a moeda na economia e a burguesia comercial se fortalece economicamente. Apesar do surgimento dessa nova classe social a maioria da população, os camponeses não participam dos benefícios proporcionados pelo grande volume de capital e de riquezas, mas passam a ser mão de obra de baixo custo para os industriais que vão surgindo. Juntamente com a mudança econômica a uma revolução na forma de produção, a chamada revolução industrial, com o avanço das ciências e das pesquisas em todas as áreas em grande medida promovido pelos mecenas e também à troca de conhecimento entre os povos.
A revolução industrial que se dá primeiramente na Inglaterra e rapidamente absorvida pelo resto da Europa, onde substitui a produção artesanal pelo trabalho nas fábricas, a relação entre patrão e empregados e de exploração de uma mão de obra barata, já que as maquinas faziam o trabalho sem a necessidade de um trabalhador especializado.
Dessa forma os industriais obtinham mais rapidez na produção de seus produtos e com baixo custo. O que trouxe diversos desequilíbrios econômicos, como a queda no preço das mercadorias devida o aumento da oferta e diminuição da demanda, já que os propensos consumidores (os trabalhadores) tinham péssimos salários e o índice de desemprego era muito alto.
Nesse mesmo período pensador como, John Locke e Adam Smith teorizam sobre esse novo formato de organização social. Em conformidade com a realidade e o ambiente econômico de sua época Adam Smith escreve sua obra “A riqueza das nações”, o que foi um marco para a compreensão da economia de sua época, orientando como deveria se portar os sistemas econômicos. John Locke um dos maiores defensores do liberalismo e da economia de mercado estabelece alguns os princípios de como a sociedade e o estado deve se portar em relação à economia e as relações sociais, defende a propriedade privada, o livre mercado e a não intervenção nos assuntos econômicos pelo estado bem como o estado de direito onde se deve estabelecer igualdade perante as leis estabelecidas.
Com a grande expansão industrial o avanço das tecnologias e o aperfeiçoamento do mercado financeiro as economias se tornam globais as grandes corporações fixam sedes em diversos países e a economia toma proporções jamais imaginadas antes, todas as riquezas produzidas no mundo passa pelo chamado sistema financeiro. Os bancos e instituições financeiras regulam o mercado e obtendo grandes lucros, e são os que mais lucram mesmo sem produzir absolutamente nada.
O sistema capitalista (liberal) foi formatado dentro desse contexto histórico, voltado apenas para a idéia de que as pessoas se organizam apenas para suprir suas necessidades, e a economia é a principal força motriz para se constituir uma sociedade viável e que possa agregar e assistir seus participantes. Os acontecimentos históricos que proporcionaram o surgimento do capitalismo esta entre assassinatos, roubo. Saques, a utilização de mão de obra escrava a desvalorização total das pessoas, o desrespeito as crianças que eram utilizadas nas fábricas na Inglaterra por serem mão de obra escrava, visto os valores que lhes eram oferecidos e a carga horária despendida entre outras atrocidades.
Pensar uma sociedade onde apenas a economia prevalece como base na sua constituição, onde os teóricos têm que se desdobrar para justificar as mazelas proporcionadas pela falta de competência desse mesmo sistema, que não satisfaz as necessidades das pessoas que dele participa de forma igualitária e justa.
As organizações sociais têm em seu cerne fatores culturais, morais, religiosos, necessidades que a economia não tem competência pra analisar. Os paradigmas capitalistas e liberais não trouxeram a felicidade para o homem, apenas acrescentou necessidades que antes não existiam para aquecer o mercado consumidor. O sistema foi elaborado com o intuito de sempre expandir, tem proporcionar cada vez mais lucros para um numero cada vez menor de pessoas, provavelmente com o ranço dos governos imperialistas que o precedeu, não respeitando os ditos direitos iguais, mas sim favorecendo prerrogativas para as classes dominantes e as oligarquias econômicas. O poder político das “republicas” são uma falácia, visto que quem não detém o poder econômico em um sistema como esse não tem o poder político e nem tampouco é representado pelos seus delegados (vereadores, deputados, presidentes).
Os benefícios da economia de mercado não são proporcionados para os famintos da áfrica nem tampouco para os flagelados dos países pobres, os pobres assalariados e desempregados de qualquer parte do mundo.
Não há preocupação real com as pessoas as relações humanas suas configurações morais e de como vão ser estabelecidas e convencionadas as relações sociais. Há quem interessa o progresso se não se pode participar dos benefícios proporcionados por ele, a quem interessa a ordem se a sua fundamentação não tem comprometimento com a justiça social, com a liberdade e a igualdade de direitos e deveres.
O anarquismo
O anarquismo tem seu surgimento como ideário político e de organização social em diversos países da Europa, mas o uso da palavra anarquia foi notabilizado após Proudhon afirmar suas convicções políticas de acordo com estes princípios.
O anarquismo é um ideal de organização social que se opõe ao poder centralizado e sobre tudo a constituição de um estado gestor que detenha o poder econômico e político na sociedade.
Indiferente de ser um estado tirano ou representativo não se prevalece através da concepção anarquista como legitimo para representar os interesses do povo.
Segundo P.J. Proudhon, pensador e ativista anarquista, ”Anarquismo é uma teoria política que pretende criar anarquia, a ausência do senhor, do soberano” (Proudhon).
A palavra é proveniente do grego “na” ausência e “archos” governo. A palavra anarquia trás implícita a definição do ideário anarquista, que é a ausência de um governo centralizado e de um gestor do poder, para o maior avanço que uma sociedade pode obter que é a autogestão.
O anarquismo preconiza a ordem em seu mais alto grau de formação, onde todos devem partilhar das prerrogativas proporcionadas pelo trabalho coletivo de uma sociedade produtiva e tecnologicamente avançada como é a sociedade moderna, e de igual forma ser responsável pelos seus atos atividades e comprometimento com a manutenção e constituição da sociedade.
A sociedade anarquista tem que proporcionar igualdade de fato, onde a possibilidade de exercitar as diferenças e subjetividades de cada um promove a igualdade real, não enquanto lei ou decreto, mas de forma real e plena. Os indivíduos sociais dentro dos sistemas autoritários se acostumaram a ser alienados de seus direitos e deveres delegando a outros a tarefa de lhes representar e tomar decisões em seu lugar. Seja através de governos autoritários ou por representante eleitos através do sufrágio universal, nunca haverá quem represente a pessoa melhor do que ela mesma, os representantes e delegados do povo tem em seus discursos um comprometimento ideológico de resolver as necessidades do povo e na sua prática um empenho real em manter-se no poder e defender interesses particulares e de seus grupos e oligarquias.
Em oposição ao capitalismo o anarquismo tem a critica a exploração do homem pelo homem a corrupção e a ideologia política (que mascara a realidade), e mais demonstra que um sistema social viável que proporcione justiça social e igualdade de direitos e deveres para todos tem no mínimo que ser pensado através de questões sociais em todos os ângulos e não apenas na economia e na necessidade. O Marxismo também como no capitalismo pensou a sociedade através do viés econômico e já nasceu fadada a derrota, não se promove igualdade através de ideologias, a vida é mais dinâmica e cheia de subjetividades que a ideologia não é capaz de abranger.
A justiça tem que ser um dos pilares da sociedade, e como se promove justiça em igualdade. Uma das mazelas do sistema capitalista é justamente a falta de igualdade social, enquanto alguns são muito ricos outros estão na mais estrema miséria.
Outro ponto que o anarquismo preconiza é a liberdade, não como chavão para discurso como fazem os liberais, mas outro sim uma liberdade real vivenciada e promovida através de conquistas coletivas. A liberdade a qual reivindicam os anarquistas é a liberdade de ser, de viver, e exercitar suas individualidades. Porque somente no respeito das subjetividades de cada um podemos ser totalmente iguais em direitos o que inevitavelmente promove a justiça social. Ora a liberdade de direitos implica na responsabilidade integral pelos atos de cada individuo, e eleva o nível de organização
Onde cada individuo tem deveres e responsabilidades sociais de caráter permanente, e que reflete em toda a sociedade.
O anarquismo é em ultima analise o maior grau de organização já pensado pelo homem.
Onde as preocupações com as responsabilidades e a participação de todas as pessoas e de tal maneira importante, e que se torna essencial à vontade e o comprometimento com a organização da sociedade.
Pensadores anarquistas como Kropotikin desenvolveram estudos para demonstrar suas considerações sobre organização social, discorre sobre as organizações de seres como formigas abelhas até chegar aos mamíferos superiores em tribos primitivas, (sendo um grande colaborador da enciclopédia britânica), Kropotikin mostra como o apoio mutuo é determinante para suprir as necessidades dos animais e insetos, bem como nas tribos primitivas para a sobrevivência em situações e regiões inóspitas.
Muito fácil é desenvolver formas de compartilhar as riquezas os economistas de plantão têm diversas teorias de como se devem dividir os bens e produtos, mas socializar a miséria não é tarefa fácil para quem compreende a sociedade apenas através do viés econômico.
Não se conclui um projeto social de forma perfeita já que o participante de uma sociedade feita de seres que estão muito distante de qualquer traço da perfeição não pode ser perfeita, mas sim a busca constante para se promover o melhor é o ideal, para a convivência e a organização social.
P.R.S. Santos
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