O ensino da filosofia com a visão da filosofia de formadora de conceitos é muito conveniente a definição de "ensinar filosofia". Ao professor de filosofia compete duas missões que se antagônicas, uma é de ensinar filosofia outra de servir o "sistema educacional ", que tem seus interesses muito distantes da prática de ensinar filosofia, no entendimento de formar opiniões ou criar conceitos. A própria definição de educação é contrária a essa combinação deformação autônoma de conceitos filosóficos. Visto que educar, a grosso modo, é restringir, coibir e determinar a conduta natural do individuo, e a crítica filosófica é justamente a formação de indivíduos capazes de formar seus próprios conceitos e criticar a normatização dos pensamentos e dos costumes.No entanto penso que assim como para o exercício de qualquer atividade o individuo necessita obter o conhecimento e as ferramentas necessárias para a sua prática no que tange ao exercício do pensar não se foge a essa regra natural. Ora como poderia alguém andar de bicicleta sem nenhuma instrução prévia e o equipamento adequado (bicicleta), ou nadar sem uma instrução apropriada, neste segundo exemplo poderia sim chegar a aprender ou morrer na primeira tentativa. Para compreender as sutilezas do pensamento é necessário estar em posse das ferramentas apropriadas e do equipamento adequado. Quando se analisa o pensamento filosófico estamos, em grande medida, nos apoderando dessas ferramentas. A capacidade cognitiva é o nosso equipamento, e que todos somos dotados. Porém assim como é necessário exercitar os músculos para que esse se desenvolva assim também é nossa capacidade de pensar e refletir sobre as coisas. Os assuntos a serem abordados de acordo com o PCN são notadamente tendenciosos, movidos pelo interesse do estado em imprimir aos alunos os moldes conceituais através das aulas de filosofia. Porém como o plano curricular se trata de uma orientação preliminar o professor pode e deve redimensionar as questões e promover discussões pertinentes ao cotidiano dos alunos e a diversidade conceitual necessária a todas essas questões.Como não existe uma base formada anteriormente voltada para a prática do pensar e a critica conceitual imparcial e verdadeira, se faz necessário fomentar o questionamento "além do bem e do mal". Apresentar aos alunos os conceitos de estética, política e ética e pedir uma discussão, não acredito que ira gerar interesse pela matéria.
Porém se pode apresentar o que é a estética e as suas características, e que não se classifica algo como bom ou ruim, segundo a ótica da estética, apenas através do juízo gosto. Visto que cada pessoa, afastada a inferência do ambiente, possui um gosto subjetivo formando infinitas possibilidades sobre o mesmo objeto, mas também devem ser considerados outros aspectos como juízos técnicos e éticos. Possibilitando assim o aluno a compreender que existem ângulos diferentes sobre o mesmo objeto e que ele pode aferir uma critica sobre qualquer assunto, desde que compreenda sobre o que esta falando e como abordar os assuntos e atividades no decorrer da vida. Não se tornando um cidadão a mercê do estado, mas sim um critico com autonomia e conhecimento para formar seu próprio código de conduta.
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