sábado, 18 de junho de 2011

Os conceitos


Os conceitos e idéias que temos sobre as coisas são formados de diferentes formas e por diferentes motivos, alguns pensadores afirmaram que as ideologias são formadas pelo interesse da classe social que possui o poder político e econômico. Entretanto, os costumes e os hábitos são fortes agentes que influenciam nossas opiniões e conspiram para elaborar nossos valores e códigos de conduta.O que influem em grande medida na concepção ideológica e na elaboração dos conceitos no meio social.
Em geral o cidadão comum não questiona as regras e procura estar sempre em conformidade com as leis e os costumes.,
Questionar a existência de Deus ou a veracidade de qualquer lei é uma atividade compreendida como subversiva e errada na maioria das vezes, ou pelo menos uma prática incomum.
O senso comum é um agente colaborador para que os costumes e métodos de dominação, seja cultural político ou econômico, se perpetuem. Quando Sócrates é condenado à morte ele ousou questionar o senso comum, o costumes e as leis de sua época, o que causa horror para quem não possui senso critico ou não permite que se pense sobre as leis "imutáveis e universais".


A diferença entre o conhecimento filosófico e o senso comum é que o conhecimento filosófico promove conhecimento através de métodos criteriosos, somente través de observação experimentação e um esforço de reflexão sobre as hipóteses o conhecimento filosófico anuncia suas premissas e proposições. O senso comum apenas se vale do costume da cultura ou do empirismo para afirmar e considerar suas afirmações como verdadeiras. O conhecimento promovido pelo senso comum geralmente é definido através de ideologias e dogmas que, muitas vezes, não se sustentam sobre a ótica de uma critica mais atenta e desprendia da de preconceitos. O senso comum é promovido e mantido por ideologias, religiões, costume e culturas que não tem a preocupação em verificar ou criticar as afirmações e verdades estabelecidas e tidas como conceitos universais.
Segundo Pierre-joseph Proudhon (A filosofia da miséria), se nós realmente queremos aprender alguma coisa de fato, devemos primeiro imolar um a um os preconceitos que nos ensinaram até aqui. Possibilitando assim esclarecer o que realmente tem valor e o que nos foi imposto através dos pré-conceitos.
Arthur schopenhauer acreditava que o mundo se forma a nossa vontade, através das interpretações que fazemos dele. Ora uma arvore não tem consciência de que é arvore, mas a tornamos uma arvore e não uma pedra , quando olhamos e sentenciamos , isto é uma arvore.
Mas onde reside a verdade de nossa afirmação, como podemos nos certificar que estamos constatando uma verdade universal um axioma e não um equivoco ou um erro de interpretação.
Acredito que é ai que a filosofia encontra a sua missão mais árdua, a vigilância constante para uma crítica aguda e rigorosa sobre as proposições e saberes anunciados pela ciência. Algo que não é preocupação do censo comum.
Nietzsche nos alerta sobre como os valores são construídos, e como tendemos a aceitar determinados valores sem questionar. E como nossas verdades podem ser apenas compreensões singulares de uma realidade múltipla e diversificada, tanto no entendimento devido às diversificações culturais como nos históricos. E mesmo que venhamos a analisar pesquisar e estabelecer critérios para avaliar os conceitos e proposições pode estar incorrendo em erro se a base de nossa formação esta na cultura que vivemos e atrelada a um momento histórico e social.
Nietzsche diz que devemos ir alem do bem e do mal, olhar a causa e analisar as estruturas, para formar uma opinião mais acertada ou mais próxima da verdade.

P.R.S. Santos

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