O ser humano não possui um sentido especifico para a sua existência, a vida não está condicionada a nenhum propósito ou finalidade especifica, essa forma de compreender a vida é fruto do pensamento positivista e sistemático da sociedade ocidental e de toda a filosofia liberal, que sempre se orientou pelo entendimento que tudo possui um começo, desenvolvimento e um fim determinado, ou seja, um sentido. A vida não está amarrada a essa configuração engessada. O fato é a existência e não o sentido de existir.
“A humanidade deve situar seu fim além de si mesmo, não em um mundo-erro, mas na própria continuação de si mesma.
Nossa natureza é criar um ente superior a nós próprios. Criar acima de nós próprios! É esse o instinto da ação e da obra. Do mesmo modo que toda vontade supõe um fim, assim o homem supõe um ser que está presente, mas que representa o fim de toda sua existência. É essa a liberdade de toda vontade! No fim reside o amor, a veneração, a visão do perfeito, do desejo. (“...)(Nietzsche).
O filosofo pensa em um ser cíclico que compreende o seu fim em si mesmo, e não em um objetivo póstumo ou em uma missão a ser alcançada, não deixando e observar que se trata de uma referência a humaniza do sentido da vida, não sistematizada e sem a construção de sistemas lógicos complexos ou teorias cientificistas sobre a vida e a razão da existência, que no fundo não passam de lindos castelos de areia.
“E é o homem, o novo homem, que deve criar novo sentido da terra, abandonar as velhas cadeias e cortar os antigos troncos. O homem deve inventar o homem novo, isto é, o super-homem, o homem que vai além do homem e que é o homem que ama a terra e cujos valores são a saúde, a vontade forte, o amor, a embriaguez dionisíaca e novo orgulho. Diz Zaratustra: "Um novo orgulho ensinou-me o meu Eu e eu o ensino aos homens: não deveis mais esconder a cabeça na areia das coisas celestes, mas mantê-la livremente: cabeça terrena, que cria ela mesma o sentido da terra".
(O super homem ,Nietzsche)
È através do entendimento de que os valores que nos ensinaram até agora não são verdades inquestionáveis e que a cultura o costume e a conveniência da sociedade em que estamos inseridos ao longo de toda a história, vem elegendo verdades de acordo com a conveniência das classes detentora das prerrogativas sociais(econômica/política/religiosa), é que as verdades são estabelecidas e consecutivamente o sentido da vida. “Um novo orgulho ensino me eu mesmo...”.
Nietzsche nos proclama a rebelarmos contra as imposições e condições as amarras da moral institucionalizada, a educação adestradora. Negar a obediência e não se limitar a aceitar as verdades pré-estabelecidas, não sem lutar. (“Os seres humanos ao longo de sua história inventaram valores que oscilam entre a aceitação, a abnegação, a renúncia, o conformismo e a fraqueza de um lado, e de outro lado a não aceitação, deplorar e renunciar a todos os valores de obediência, a todas as regras herdadas e não avaliadas, à humildade hipócrita...). ( Araújo).
Acreditar que a verdade reside no racionalismo transcendente (Kant) ou no empirismo sistematizado (Bacon) passa a ser em ultima análise um ato de fé, ou de aceitação puramente a verdade se tornou um amontoado de teorias e considerações em alguns momentos tão complexas que fogem ao entendimento de qualquer mortal. O que não condiz com a busca pela verdade, mas em oculta-la talvez pela fragilidade de alguns argumentos. Para Nietzsche a verdade é um entendimento humano entrelaçada a fatos sociais dentro de uma visão puramente humana.
A questão do sentido da existência esta associada de forma intrínseca ao conhecimento da verdade, a busca pela verdade é uma preocupação filosófica a qual os pensadores não se furtaram a essa questão.
Segundo Camargo foi sempre um dos focos principais de investigação de Nietzsche, que afirma que a fundamentação metafísica dos valores morais é dogmatismo e sobrepõe determinados valores em detrimento de outros. Acredita-se na constituição de uma verdade quanto mais se pode proporcionar valor aos argumentos de sua tese.
Segundo Camargo, “A crença é que a verdade tão procurada não poderia ser algo da ordem das experiências e dos fenômenos, devendo situar-se em outro mundo situado para além do sensível. A idéia dogmática da verdade aparece ligada a dependência da crença em um mundo verdadeiro por trás da aparência.”
Porém como crer em uma verdade socialmente constituída em uma sociedade onde os valores são contaminados pela falta de isenção no processo investigativo.
A medida que compreendemos a falta de isenção nos enunciados, mais a verdade se torna comprometida. “O homem só conhece o efeito das leis da natureza, e não elas mesmas. A atividade do conhecer é um meio de se atingir a potência. Para se contrapor à ilusão em que vivemos, devemos desenvolver uma força artística. O mundo que percebemos é uma obra de arte dos sentidos e do intelecto” Araújo.
A filosofia é a ferramenta que o homem tem para investigar a verdade, não para proclama-lá de forma definitiva ,mas sim para tatear o saber verdadeiro em um universo infinito de coisas e questões a se descobrir e reinventar.
O pensador nos convida a duvidar e nesse movimento conceber um senso critico que nos guiara no caminho da verdade sem no entanto nunca consolidá-lo, mas apenas obter um olhar fortuito e parcial.
A que não se pode atribuir especifica a vida, e a verdade está comprometida com o valor que lhe é atribuído pelos entes sociais, a vida segue sem objetivo pré-determinado sem razão especifica. Apenas salienta Nietzsche há vontade de potência que quanto mais se alimenta essa vontade de Sr se alimenta a vida, onde a vida tem uma função cíclica e não linear, a vida não se confunde com uma tarefa laboriosa e pragmática, mas como um exercício artístico.
O ser humano deve buscar o sentido da vida em si mesmo, visto que até mesmo suas crenças e afirmações são frutos de sua criação a lógica, álgebra, matemática não são criações humanas a vida não é pragmática a vida é assemelha-se a uma expressão artística ,uma canção ou um quadro e não uma soma, uma operação matemática. Sendo assim não se pode condicionar a vida a um sentido uma méta engessada a uma verdade dogmática.
Referências:
Gustavo Arantes Camargo. Sobre o conceito de verdade em Nietzsche.Revista trágica . 2008.Disponível em: < http://docs.google.com/viewer?..._gustavo_arantes.> Acessado em : 12/08/2010.
Murilo Cardoso de Castro, Super Homem.Nietzsche.http://www.filoinfo.bem-vindo.net/filosofia/modules/lexico/print.php?entryID=2883 Acessado em : 12/08/2010.
Inês Lacerda Araújo. SOBRE O SENTIDO DA EXISTÊNCIA SEGUNDO NIETZSCHE.< http://almaacreana.blogspot.com/2010/02/sobre-o-sentido-da-existencia-segundo.html> Acessado em : 12/08/2010.Friedrich Nietzsche.Dísponivel em: http://www.culturabrasil.pro.br/nietzsche.htm Acessado em : 12/08/2010.
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