sábado, 18 de junho de 2011

Metafísica dos Costumes



O Filósofo alemão Immanuel Kant filósofo alemão nasceu na cidade de Königsberg, em (1724), atual Kaliningrado.
Filho de pai artesão fabricante de sela e mãe de origem alemã de inteligência notável, embora sem estudo convencional escolar ou acadêmico. Kant era o quarto filho do casal que teve onze filhos.
Seus pais eram da Igreja Luterana, fieis de vida simples e comprometida com a doutrina Luterana. Após a morte de seu pai Kant foi lecionar, sendo responsável pelo sustento da família.
Kant não casou nem teve filhos, levou uma vida dedicada aos estudos e a filosofia morrendo na mesma cidade onde passou sua vida em 1804.
Sua obra é considerada de grande importância na filosofia moderna, Kant foi professor de geografia e professor universitário lecionando Ciências Naturais, onde foi nomeado catedrático da Universidade de Konigsberg.
Dedicou sua vida aos estudos da filosofia sendo autor de diversos trabalhos sobre física, matemática e diversos temas filosóficos.
Uma das preocupações filosóficas de Kant era com a Ética e amoral como se processa e como ela pode ser compreendida, e o que abordaremos agora são as suas proposições sobre a Moral em seus escritos sobre a metafísica dos costumes.




Na fundamentação metafísica dos costumes Kant faz uma analise da natureza das virtudes do homem e suas configurações. O autor nos apresenta uma analise onde diferencia a razão e conhecimento cientifico.
E dá uma nova perspectiva a filosófica a dicotomia empirismo e racionalismo no que diz Kant:
“Pode-se denominar empírica toda filosofia que se apóia em princípios da experiência; e pura, a que deriva suas doutrinas exclusivamente de princípios a priori. Esta, quando simplesmente formal, chama-se Lógica; mas, se for circunscrita a determinados objetos do entendimento, recebe o nome de Metafísica.
Deste modo, surge a idéia de uma dupla metafísica: uma Metafísica da natureza e uma Metafísica dos costumes. A Física terá pois, além de sua parte empírica, uma parte racional . Outro tanto sucede com a Ética; embora, aqui, a parte empírica possa denominar-se particularmente Antropologia prática, e a parte racional receber o nome de Moral.” (Kant).
Kant acredita que a vontade é a condutora das ações do homem e que somente través ela ele é conduzido a ações do seu cotidiano. E essa vontade deve ser uma boa vontade, uma vontade de fazer coisas úteis para si e para seus semelhantes, por que senão lhe ocasionará frustrações e não se sustentará por muito tempo. A boa vontade é que age como moderadora da conduta do homem, e através de um instinto inato que independe da razão, ele busca a felicidade.
No entanto é através do raciocínio que o homem elege suas prioridades vislumbradas pela razão,determina qual conduta terá a sua utilidade para satisfazer seus objetivos.Essas considerações tem um valor prático e também um valor moral onde a pessoa tende a se satisfazer com sua atividades, como uma confirmação de que se esteja fazendo o bem, não por outra pessoa mas para si mesmo.
Diferencia assim as ações feitas por cumprimento de um dever e as oriundas da vontade, sendo a primeira deficiente em sua forma porque não tem uma ligação no principio da administração da vontade. Ao agir por obrigação, o ser cumpri uma lei, atividade não é pessoal espontânea, mas parte de uma determinação convencionada, uma lei, uma regra social e não da vontade o que não nem sempre proporciona satisfação pessoal. O que descaracteriza o valor pessoal, não se está agindo por bondade ou pela virtude, mas por convenção social o pra segui o principio da legalidade
(...) eis como a formulo o dever é a necessidade de cumprir uma ação pelo respeito à lei. Para. o objeto concebido como efeito da ação que me proponho, posso verdadeiramente sentir inclinação, nunca porém respeito, precisamente por que ele é simples efeito, e não a atividade de uma vontade. (...)Só o que está ligado à minha vontade unicamente como princípio, e nunca como efeito, o que não serve a minha inclinação mas a domina, e ao menos a exclui totalmente da avaliação no ato de decidir, por conseguinte a simples lei por si mesma é que pode ser objeto de respeito, e, portanto, ordem, para mim.)(idem)
Para Kant as ações do homem tendem a ser feitas apenas pelo dever, visto que sem a motivação do dever todas as suas ações seriam motivadas por interesse particulares, para satisfazer suas necessidades, e não por virtuosismo e bondade.
Existe uma confusão da moralidade com a temeridade de um ser supremo que regeria a bondade do mundo, Deus, o influi na tentativa de criar considerações morais para auxiliar esse ser na bondade universal. Para Kant existe uma vontade superior que rege a moralidade hipoteticamente boa e superior.
No entanto, a essência da ação motivadora é a felicidade e sua moderadora e o que Kant chama de imperativo da moralidade.
“Todos os imperativos são expressos pelo verbo (dever e indicam, por esse modo, a relação entre uma lei objetiva da razão e uma vontade que, por sua constituição subjetiva, não é necessariamente determinada por essa lei (uma coação)- Declaram eles, que seria bom fazer tal coisa ou abster-se dela, mas declaram-no a uma vontade que nem sempre faz uma coisa, porque lhe é apresentada como boa para ser feita.(...) Por isso, os imperativos são apenas fórmulas que exprimem a relação entre as leis objetivas do querer em geral e a imperfeição subjetiva da vontade deste ou daquele ser racional, por exemplo, da vontade humana”(ibidem)
Essas determinações necessárias somente podem ser caracterizadas de imperativos após sua realização, e no conjunto dessas realizações o conhecimento empírico promove um saber mais abrangente um anexo de experiências que forma um entendimento abrangente absoluto. Possibilitando o que Kant chama de imperativo categórico e o imprescindível código da moralidade.
O que resulta que a lei, o dever, a ação convencionada socialmente não possuem conceituação para a satisfação pessoal, o que o deixa vazia de significado para a busca da felicidade e do bem moral. O dever é cumprido por todos desde que se vê em situação desfavorável quando os afortunados todos são cumpridores da lei, mesmo que para surjam celeumas na sua explanação se faz o dever.
Se as virtudes e a moralidade fossem conceituadas de forma vulgar qual seria a sua utilidade. Visto isso a vontade surge como uma imposição universal, o que é a única maneira de estabelecer um equilíbrio natural que regule o privilégio da finalidade e o condicionamento do dever moral, o que configura uma vontade reguladora universal. E que não seja essa constituída em nenhuma obrigação coletiva, o que esvazia a hipótese de um princípio superior de dever.
O individuo deve estabelecer sua conduta moral de forma a entender suas ações como a que devem ser feitas por toda sua convicção moral devem ser ao mesmo tempo autônomas e particularmente entendidas fruto de suas experiências como concomitantemente universais. Observando sempre o temor ao ser supremo, segundo Kant que ira julgar essas ações ao final.
Com essa autonomia a vontade como principal característica que rege a moral, transpõe o principio da mortalidade do conhecimento objetivo para uma critica subjetiva. Porém observa que a heteronomia da vontade pode ser também entendida com fomento para a vontade o que gera condições para formatação de valores que não são legítimos, porque não sendo configurado pelo principio da satisfação pessoal autônoma promovem essa satisfação através da felicidade de outros, o que para Kant não é visto como uma boa vontade.
Somente agindo de forma autônoma o individuo é livre para fazer suas escolhas, o que torna o conceito de liberdade conexo ao entendimento de autonomia da vontade, e que de fato é sua propriedade determinante.
O que torna a valorização da escolhas oriundas dessa liberdade, da autonomia da vontade, positivas ou negativas de acordo com o resultado próprios da liberdade.
A condição primeira que demanda o pensamento de uma moralidade é a busca pela felicidade, o homem é motivado com a possibilidade de satisfação pessoal.
Kant denota que a ai uma intersecção entre o mundo sensível e o inteligível, constituindo um pensamento superior, no que se forma o que Kant chama de imperativo categórico. Um código de conduta formado pela inteligibilidade do mundo sensível por um pensamento autônomo e livre, contendo as matizes do mundo sensível fundamentando o mundo inteligível é uma moralidade formada pela boa vontade do individuo, o imperativo categórico.
Esse imperativo categórico torna o pensamento racional um interprete do mundo sensível onde ele age como um transeunte que transcorre pelos fenômenos e retorna ao mundo inteligível fomentando as máximas universais da vontade.O que Kant denomina a razão prática que é a formuladora da lei através da vontade autônoma e da ação livre.è através da razão que o individuo começa a procura pela satisfação de suas necessidades ou seja o prazer, e é nesse processo de pra praticidade que se dá a mistura do conhecimento sensível e o conhecimento racional.
“Uma Metafísica dos costumes é pois rigorosamente necessária, não só por motivo de necessidade da especulação, a fim de indagar a origem dos princípios práticos que existem a priori em nossa razão, mas também porque a própria moralidade está sujeita a toda a espécie de perversões, enquanto carecer deste fio condutor e desta norma suprema de sua exata apreciação”(Kant).
Ao pensar o individuo não quer um fim isolado ele estabelece através da sua liberdade a sua conduta dos costumes, as máximas universais.



A razão é inquiridora, mas não se prende apenas a razão pura e prática, bem como o conceito de uma moralidade universal não é apenas utilitarista, mas apresenta um comprometimento com o mundo sensível sem estar atado a essa condição. Em suma, o desenvolvimento de um conceito de moralidade, com base na autonomia e na liberdade do homem que legitima a prática da busca da felicidade do ser, apenas pela sua a vontade, o que proporciona a formação de valores superiores e universais ainda que principie na singularidade da interpretação do indivíduo. Assim Kant desenvolve uma teoria moral balizada na idéia de umaantropologia prática de uma metafísica dos costumes.
Faz-se então necessário que se busque um entendimento moral que alcance a razão de forma integral e que seja legitimada pela sua autonomia e virtude, e não pelo dever legal do costume social, mas sim pelo imperativo categórico, ou máximas universais do individuo, que possibilitem assim um pensamento livre motivado pela inserção de um conjunto inteligível. Ainda que não se possa estabelecer de forma absoluta, mas o processo de sua busca aponta a razão a sua necessidade insatisfeita, porém imperativo paro uso da própria razão na compreensão dos valores morais e do dever.




Kant, Immanuel. Fundamentação da Metafísica dos Costumes.
Tradução de Antônio Pinto de Carvalho. Companhia Editora Nacional. Disponível em:<http://www.consciencia.org/kantfundamentacao.shtml> Acessado em: 10/09/2010.
1724: Nasce o filósofo Immanuel Kant. Disponível em: > Acessado em: 10/09/2010.
Vida, filosofia e obras de Immanuel Kant. Disponível em: http://www.cobra.pages.nom.br/fmp-kant.html Acessado em: 10/09/2010.

Nenhum comentário:

Postar um comentário